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Greve dos caminhoneiros no Brasil refreou vendas da Unilever

Thomas Buckley

19/07/2018 10h01

(Bloomberg) -- A Unilever continua sentindo o efeito de uma greve no Brasil que conteve o crescimento das vendas globalmente em um momento em que a companhia anglo-holandesa procura um novo CEO e se prepara para consolidar sua sede na Holanda.

A fabricante do sorvete Ben & Jerry e do sabonete Dove divulgou nesta quinta-feira um crescimento de vendas inferior às expectativas dos analistas, citando os efeitos da greve dos caminhoneiros para protestar contra o aumento dos preços dos combustíveis. A empresa com sede em Londres e Roterdã não conseguiu elevar os preços o suficiente para compensar esse contratempo.

A Unilever enfrenta divergência dos investidores por consolidar sua sede na Holanda, o que torna sua inclusão no índice de ações FTSE 100 do Reino Unido "extremamente improvável", afirmou a empresa. A companhia também está buscando um sucessor para o CEO Paul Polman, que está no comando desde 2009.

"Estamos muito contentes, e o desempenho de margem é realmente muito forte", disse o diretor financeiro Graeme Pitkethly, em entrevista por telefone. "Já estamos progredindo bastante para obter um pouco mais nos preços no segundo semestre", quando a empresa lançará novos produtos.

A Unilever informou que as vendas subjacentes cresceram 1,9 por cento no segundo trimestre, em comparação com uma estimativa de 2,3 por cento feita por analistas e compilada pela empresa. O crescimento desacelerou em relação ao aumento de 3,4 por cento do primeiro trimestre. O crescimento das vendas foi reduzido em 0,6 ponto percentual no primeiro semestre por causa da greve. A América Latina responde por 15 por cento das vendas da Unilever.

A Unilever já havia atenuado a perspectiva de crescimento das vendas no primeiro semestre, afirmando que ficaria abaixo da faixa de 3 por cento a 5 por cento que espera alcançar no ano cheio. As vendas subjacentes excluem aquisições, desinvestimentos e flutuações cambiais.

A companhia espera que esse indicador se recupere no segundo semestre, com crescimento de cerca de 4,5 por cento a 5 por cento, disse Pitkethly.