Serviço de pagamentos por WhatsApp sofre atraso na Índia: Fontes
(Bloomberg) — O governo da Índia está atrasando os planos do Facebook para o lançamento nacional do serviço de pagamentos por WhatsApp devido a preocupações relacionadas ao armazenamento dos dados e a outras questões, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
O Ministério de Eletrônicos e Tecnologia da Informação do país, conhecido pela sigla Meity, determinou que o WhatsApp e os bancos parceiros forneçam mais detalhes sobre o sistema de pagamentos, disseram funcionários do ministério, que pediram para não ser identificados porque o assunto é confidencial. O ministério solicitou também que o órgão que supervisiona os pagamentos do setor, a Corporação Nacional de Pagamentos da Índia (NPCI, na sigla em inglês), confirme que o WhatsApp cumpre todos os requisitos, disseram.
"Estamos trabalhando em colaboração com o governo indiano, a NPCI e vários bancos, incluindo nossos provedores de serviços de pagamento, para expandir o recurso para mais pessoas", disse Anne Yeh, porta-voz do WhatsApp, em resposta a perguntas enviadas por e-mail, preferindo não especificar a data de lançamento em todo o país. Dilip Asbe, CEO da NPCI, preferiu não comentar.
O atraso coincide com o envolvimento do WhatsApp em uma controvérsia relacionada a linchamentos no país. Imagens manipuladas e vídeos falsos sobre sequestros de crianças enviados por meio da plataforma de mensagens viralizaram nas zonas rurais do país, e multidões espancaram e lincharam mais de 20 indianos. Na quinta-feira, o Meity alertou em comunicado que a empresa enfrentará medidas legais por cumplicidade com a violência se não atuar. O WhatsApp não respondeu aos pedidos para comentar a declaração do ministério.
Não está claro qual é a influência — se é que há — do escândalo no processo de aprovação do WhatsApp. Entre os padrões a cumprir, o banco central da Índia exigiu recentemente que os serviços de pagamento armazenem as informações dos clientes em servidores locais para garantir a privacidade e a segurança. O atraso na expansão pode sair caro para a empresa, que pertence ao Facebook, considerando a concorrência cada vez maior da líder local Paytm e de rivais globais como a Tez, do Google, e a sueca Truecaller.
"As rivais têm vantagem porque chegaram primeiro e, com o novo atraso, o WhatsApp pode sair perdendo em termos de conversão de usuários e clientes corporativos", disse Arnav Gupta, analista de estratégias comerciais digitais da Forrester Research em Nova Déli. "Quanto antes fizerem o lançamento, mais rápido poderão implementar melhorias com base nos comentários dos usuários e das empresas para aperfeiçoar a plataforma."
O serviço de mensagens WhatsApp, por meio do qual grupos de pessoas compartilham boatos e vídeos virais, tem sido um poderoso mecanismo de crescimento para a gigante da tecnologia. A Índia se tornou o maior mercado do WhatsApp em todo o mundo, com 230 milhões de usuários, e o negócio de pagamentos atraiu quase 1 milhão de pessoas desde o lançamento da versão beta, limitada, em fevereiro.
A expectativa era que o WhatsApp expandisse o serviço para todo o país em junho, noticiou a Bloomberg News em maio.
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