Para AngloGold não há escapatória para fim do ouro sul-africano
(Bloomberg) -- A indústria do ouro da África do Sul, que já foi a maior do mundo, enfrenta um inevitável declínio, segundo o presidente do conselho da maior produtora do metal em valor de mercado.
A produção continuará encolhendo e as mineradoras buscam jazidas cada vez mais profundas e lutam para manter os custos baixos, disse o presidente do conselho da AngloGold Ashanti, Sipho Pityana. O significado disso é que a empresa com sede em Johannesburgo precisa tomar decisões a respeito de seu futuro no país.
"O ouro é uma indústria em declínio", disse Pityana em entrevista na semana passada, no escritório da Bloomberg em Johannesburgo. "Independentemente do que for feito e de como for feito, não se pode mudar isso."
As minas de ouro da África do Sul são as mais profundas do mundo e estão entre as que exigem mais mão de obra. A produção de ouro do país caiu 16 por cento em maio em relação ao ano anterior, oitavo mês consecutivo de declínio, porque a infraestrutura antiga, o esgotamento das reservas e os acidentes aumentam os custos e limitam a produção.
Ainda assim, para as mineradoras capazes de produzir com segurança e rentabilidade e de entregar retornos aos acionistas, ainda pode haver um futuro, disse Pityana. A automação pode ser a resposta para a mineração de reservas superprofundas no futuro, disse.
A AngloGold, terceira maior produtora de ouro do mundo, obtém cerca de 13 por cento de sua produção na África do Sul após vender minas para conter os prejuízos no país. Em 2007, a fatia era de 43 por cento. As demais minas da empresa estão em países como Austrália, Argentina e Gana.
Principal debate
Diante dos desafios, alguns investidores da AngloGold têm questionado o valor de investir na África do Sul em comparação com outros países, como o Brasil, disse ele.
"As pessoas perguntam 'vocês vão dividir as duas empresas?' É uma opção que continua sobre a mesa, não é um assunto cuja decisão é óbvia", disse Pityana. "Todas essas coisas são assunto de grandes debates em nossos conselhos entre os executivos."
Apesar da presença operacional reduzida na África do Sul, a empresa provavelmente manterá sua cotação principal no país, disse Pityana.
Embora as opções para a cotação principal e para possíveis vendas, compras ou fusões estejam sempre sendo analisadas, "você analisa determinada questão como conselho quando é realmente necessário", disse o presidente do conselho. "Não estamos nessa posição."
Repórteres da matéria original: Antony Sguazzin em Johanesburgo, asguazzin@bloomberg.net;Felix Njini em Nairobi, fnjini@bloomberg.net;Sam Mkokeli em Johanesburgo, mmkokeli@bloomberg.net;Paul Burkhardt em Johanesburgo, pburkhardt@bloomberg.net
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