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YouTube paga estrelas por divulgação de novos recursos: Fontes

Lucas Shaw

14/08/2018 11h57

(Bloomberg) -- O YouTube quer provar para seus maiores astros que o famoso serviço de vídeo é mais do que um simples negócio de publicidade.

A empresa pertencente ao Google está pagando adiantado para que suas estrelas usem e façam propaganda de novos recursos, como assinaturas pagas e um bate-papo aprimorado, de acordo com pessoas familiarizadas com os acordos. Os valores vão de dezenas de milhares a centenas de milhares de dólares, disseram as pessoas, que pediram anonimato ao falar sobre condições que não são públicas.

O YouTube lançou assinaturas pagas, bate-papos pagos e um novo programa de venda de mercadorias no início deste ano para apaziguar os principais astros e acompanhar o ritmo dos principais concorrentes. Muitas pessoas com um grande número de seguidores reclamavam que o site de vídeo não oferecia outras formas de ganhar dinheiro, além da publicidade, e que as iniciativas do YouTube para não expor os anunciantes a conteúdos polêmicos prejudicaram suas vendas.

Os concorrentes aproveitaram essa insatisfação. O Facebook e seu serviço Instagram abordaram estrelas do YouTube para divulgar seus novos recursos de vídeo, e o Twitch and Patreon, da Amazon.com, oferece a chance de reduzir a dependência da publicidade com a venda de assinaturas para os fãs que queiram acesso antecipado à programação ou a capacidade de usar determinados símbolos em bate-papos.

"Se o YouTube não estava com medo do Twitch, isso já deve ter mudado agora", disse Casey Neistat, um popular cineasta e videobloggler, em entrevista ao portal Verge em maio.

Venda de mercadorias

O YouTube reagiu facilitando para os criadores a venda de mercadorias e expandindo o número de usuários que podem vender uma assinatura mensal. O novo Super Chat permite que os fãs de uma determinada estrela do YouTube paguem para destacar suas mensagens em transmissões ao vivo. Esses recursos oferecem margens de lucro mais altas para o YouTube e para sua empresa controladora, a Alphabet, que vem tentando ganhar dinheiro com outras fontes além da publicidade.

"É algo que os criadores de conteúdo vinham pedindo, e elaboramos os produtos junto com eles", disse Neal Mohan, diretor de produtos do YouTube, em uma entrevista na época.

"Não temos nenhuma iniciativa nova", afirmou a empresa separadamente. "Sempre investimos no sucesso de nossos criadores e continuaremos fazendo isso para garantir que eles tenham uma ótima experiência e que possam encontrar oportunidades e um crescimento contínuo no YouTube."

Antigamente, o YouTube oferecia pagamentos diretos às estrelas quando se sentia pressionado por novos concorrentes, como Vessel, um serviço de vídeo que durou pouco e tinha tentado fechar acordos exclusivos com os principais astros do YouTube. Em 2014, o YouTube pagou bônus aos criadores de conteúdos que concordaram em fornecer seus vídeos com exclusividade.

Esses novos contratos do YouTube não exigem que as pessoas publiquem apenas no YouTube, mas proíbem que elas publiquem primeiro nos sites dos concorrentes.