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Bunge e ADM tomam rumos distintos no mercado acionário

Mario Parker

15/08/2018 15h47

(Bloomberg) -- É o conto de duas gigantes do agronegócio.

Em um ano volátil para o mercado agrícola, marcado pela guerra comercial entre EUA e China e problemas na oferta vinda da América do Sul, a Archer-Daniels-Midland sai na frente da Bunge.

A ação da ADM, processadora e negociadora de grãos sediada em Chicago, acumula alta de 25 por cento neste ano, enquanto o papel da Bunge recuou 7,6 por cento. Os resultados da ADM no segundo trimestre superaram as expectativas dos analistas, enquanto a Bunge divulgou um prejuízo inesperado.

A ADM começou a se distinguir como "benchmark" para o setor, afirmou a analista Heather Jones, da Vertical Group, em Nova York. Em relatório divulgado na terça-feira, ela citou as melhorias operacionais e a diversificação que tendem a estabilizar os lucros da companhia.

Jones recomenda a compra de ações da ADM e elevou a projeção para o lucro por ação em 2018 ? em 5 centavos para US$ 3,50 ? devido ao desempenho da Wilmar International, produtora de óleo de palma da qual a ADM é sócia majoritária.

A ADM é o A das ABCDs, quarteto do comércio agrícola internacional formado também por Bunge, Cargill e Louis Dreyfus.

Há mais de um ano especula-se que a Bunge pode ser alvo de aquisição. A ADM e a divisão agrícola da Glencore abordaram a empresa separadamente sobre a possibilidade de fusão. O prejuízo trimestral da Bunge foi atribuído a apostas equivocadas na direção do preço da soja. A companhia sediada em White Plains, no Estado de Nova York, afirmou em 1º de agosto que espera reverter ainda neste ano as perdas com a marcação a mercado.

Ainda assim, os investidores castigam a ação, que na segunda-feira atingiu o menor nível desde outubro de 2016.