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Bancos têm desempenho melhor com mais mulheres no conselho

Lucy Meakin

16/08/2018 15h28

(Bloomberg) -- Com mais mulheres nos conselhos de administração, os bancos dos EUA melhoram seu desempenho, segundo um novo estudo -- mas apenas se a proporção for suficiente.

Uma maior diversidade de gênero gera um impacto positivo nos indicadores de desempenho, inclusive na relação entre receita e despesa, no retorno sobre os ativos e no crescimento do preço das ações, mas apenas quando atingido determinado nível de diversidade, aponta a pesquisa, resumida em uma publicação no blog da equipe do Banco da Inglaterra.

De fato, a diversidade baixa provoca um negativo, e os efeitos positivos só foram observados em bancos bem capitalizados, segundo as pesquisadoras.

Ann Owen, professora da Hamilton College em Nova York, e Judit Temesvary, economista sênior do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed) em Washington, concluíram que a diversidade está associada a uma criatividade e a uma produtividade maiores.

Mas as mulheres tendem a falar com mais frequência quando representam um percentual maior no grupo, ou seja, é "possível que o impacto positivo do aumento da diversidade de gênero ocorra apenas a partir de certo nível de participação", disseram.

A pesquisa, baseada em dados anuais de 87 empresas controladoras de bancos dos EUA de 1999 a 2015, mostra que, apesar de representarem quase 57 por cento dos funcionários dos bancos comerciais, as mulheres ocupam apenas 31 por cento dos cargos de gerente de nível executivo ou sênior.

As conclusões foram apresentadas como parte de uma conferência conjunta entre o Banco da Inglaterra, o Fed e o Banco Central Europeu sobre diversidade, em maio. Os bancos centrais estão sendo cada vez mais pressionados a aumentar o número de mulheres em seus próprios conselhos e a estimular uma diversidade maior nas instituições financeiras que ajudam a supervisionar.