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Criador do `Posto Ipiranga' vê bordão chegar à corrida eleitoral

Vinícius Andrade e David Biller

28/08/2018 13h10

(Bloomberg) -- João Livi estava em sua casa quando teve a ideia que resultaria em um dos anúncios mais populares do Brasil.

O bordão "Pergunta lá no Posto Ipiranga", criado em 2010 pelo CEO e diretor geral de criação da agência Talent Marcel, foi inserido na campanha publicitária da Ipiranga que foi ao ar no ano seguinte. Desde então, a expressão viralizou. "Há centenas, milhares de usos que as pessoas fizeram para comentar todos os assuntos," disse Livi.

Recentemente, o bordão também passou a ser citado na corrida eleitoral brasileira. O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, que abertamente admite o seu desconhecimento em relação a temas econômicos, tem encaminhado perguntas a respeito do tópico ao seu potencial ministro da Fazenda, Paulo Guedes, chamando-o de 'Posto Ipiranga'.

Para Jeronimo Santos, diretor de varejo da Ipiranga, o caráter viral alcançado pelo bordão reflete o sucesso da publicidade, gerando exposição da marca. "A empresa acompanha as citações divulgadas na mídia, porém não tem como evitar ou restringir o seu uso verbal em qualquer meio de comunicação", diz Santos.

A repercussão da campanha, que está em seu oitavo ano, gerou um desafio adicional para a equipe de Livi, que frequentemente trabalha variações do tema e do conteúdo. "Causa uma paranoia muito grande. Todo ano, a gente propõe alguma mudança, elementos novos", ele diz.

Enquanto as estações da Ipiranga, cuja dona é a Ultrapar, podem vender de tudo, de óleo para motor até cheesecakes, Paulo Guedes nega ser uma solução para tudo. Em uma entrevista recente, Guedes disse que as reformas estruturais vão demandar apoio da classe política, e que um ministro da Fazenda não pode fazer isso sozinho. "Não existe um 'Posto Ipiranga' salvador da pátria".