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Shopping de Nova York para ricaços fica em Long Island

Kim Bhasin

28/08/2018 14h42

(Bloomberg) -- O Americana Manhasset é um dos shoppings mais sofisticados dos EUA. Mas espere um momento.

"A primeira coisa que direi é que não somos um shopping", diz Deirdre Costa Major, presidente da propriedade. O arquiteto dela, disse, simplesmente não projeta shoppings.

Costa Major prefere que a instalação, na cidade de Manhasset, no litoral norte de Long Island, em Nova York, seja chamada de "centro de compras". Semântica à parte, o Americana conta com um dos grupos mais exclusivos de lojas dos EUA. Dois grandes espaços na entrada abrigam a Hermès e a Prada. A Gucci e a Louis Vuitton estão entre as lojas mais populares. Enormes diamantes são vendidos na London Jewelers e na Cartier. Há ainda butiques diferentes da Chanel para bolsas e joias finas. Deu para imaginar, não é?

A exemplo de outros shoppings caros, como o Bal Harbour Shops, de Miami, o Grove, de Los Angeles, e o Forum Shops at Caesars, na Las Vegas Strip, o Americana está em boa situação. Em uma tarde ensolarada de julho, havia muitos carros estacionados perto da concessionária da Tesla e pessoas estavam sentadas para almoçar nos dois restaurantes do shopping.

Entre os shoppings que não são voltados aos ricos, no entanto, o panorama não parece tão bom. O Credit Suisse prevê que 20 por cento a 25 por cento dos shoppings fecharão as portas nos próximos cinco anos em meio à disputa por consumidores que preferem comprar pela internet. Os shoppings dos subúrbios com baixas taxas de ocupação estão reduzindo o valor dos aluguéis e buscando novos inquilinos badalados.

Os centros comerciais de luxo não têm esse problema -- especialmente este. O litoral norte de Long Island há tempos é sinônimo de riqueza. Até o clássico romance de F. Scott Fitzgerald "O grande Gatsby" foi ambientado nas proximidades. Antigamente, a região era chamada de Costa Dourada e abrigava mansões palacianas construídas por industriais, ou barões ladrões, dependendo de seu ponto de vista. Enormes mansões pertencentes às famílias Vanderbilt, Astor e Whitney foram construídas na área, projetadas pelos grandes arquitetos da época. Muitos imóveis antigos, entretanto, acabaram sendo demolidos ou adaptados. O Castelo Oheka, do banqueiro Otto Kahn, construído na década de 1910, agora é um hotel e um lugar famoso para casamentos de celebridades. Taylor Swift gravou um videoclipe lá.

Uma característica única em Americana é a falta de grandes lojas de departamento. Nem mesmo a Barneys New York, a Saks Fifth Avenue e a Neiman Marcus estão presentes. Em vez disso, a instalação tem uma loja Hirshleifers, a única do gênero. Empresa familiar desde o início dos anos 1900, a Hirshleifers se tornou uma das lojas originais do shopping em sua inauguração, há mais de meio século. Ela vende itens de alto padrão, com áreas de compras exclusivas para marcas como Saint Laurent. Na parte da frente, há uma butique Christian Louboutin completa, com um tapete do mesmo vermelho característico das solas dos famosos sapatos de salto alto da marca.

O luxo, especialmente na moda, muda com o tempo. A Hirshleifers agora conta com uma grande seção de roupas informais repleta de marcas badaladas como Off White e Palm Angels. No ano passado, a empresa abriu um posto avançado suburbano do templo do estilo urbano de Nova York, a Kith.

"O mercado de luxo mudou drasticamente com os anos", disse David Sills, coproprietário da Hirshleifers. "Nosso cliente da Chanel está usando [um tênis Nike] Air Force One com um blazer Chanel de US$ 12.000."