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Em Hong Kong, com US$ 446 mi dá para comprar casa para demolir

Shawna Kwan

20/09/2018 12h53

(Bloomberg) -- Existem coisas caras, e existe também o imóvel caro de Hong Kong.

Uma casa de quatro quartos no exclusivo bairro Peak chegou ao mercado por espetaculares 3,5 bilhões de dólares de dólares de Hong Kong (US$ 446 milhões), o que a tornaria a casa mais cara da cidade, ou talvez do mundo. A Villa Les Cèdres, de 188 anos, uma mansão de 14 quartos no sul da França, foi listada no ano passado por 350 milhões de euros (US$ 409 milhões).

Mas não espere um palacete. A casa de tamanho modesto na 24 Middle Gap Road fica em um terreno de 1.517 metros quadrados, ou 0,15 hectare, tem uma piscina, um estacionamento para dois carros e uma decoração datada de 1990.

O que ela realmente oferece é um endereço exclusivo e uma rara oportunidade de comprar um terreno em uma das zonas mais requisitadas de Hong Kong.

"Tem mais a ver com o terreno do que com a casa em si", disse Lawrence Brown, consultor sênior da Executive Homes Hong Kong. "A casa é bem antiga. Quem comprar por esse preço provavelmente vai demolir e construir uma casa melhor lá."

Terrenos residenciais em um endereço de prestígio são muito procurados pelos investidores. Um complexo de apartamentos de 12 unidades na área de Deep Water Bay, que tem entre seus moradores o bilionário Li Ka-shing, foi vendido por 5,9 bilhões de dólares de Hong Kong em julho.

O recorde de venda anterior de Hong Kong foi estabelecido em 2016, quando uma casa na 15 Gough Hill Road, no Peak, foi vendida por 2,1 bilhões de dólares de Hong Kong, segundo a Colliers International.

A casa da Middle Gap Road atualmente está alugada, de acordo com a Landscope Christie's International Real Estate, que lista o imóvel. O imóvel pertence à Chuang's Consortium International, que o comprou em 2004 por apenas 142 milhões de dólares de Hong Kong, segundo escritura no registro de imóveis.

O preço estratosférico sugere que embora o aquecidíssimo mercado imobiliário de Hong Kong esteja esfriando, parece não haver limites no topo do mercado.

"Há uma sensação de que o setor de luxo não será afetado, mesmo se houver uma recessão", disse Brown, da Executive Homes.