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Novo servidor pessoal promete fortalecer privacidade de usuário

Alistair Barr

18/10/2018 14h22

(Bloomberg) -- Os servidores fazem com que a internet moderna seja possível. Milhões desses computadores trabalham em centros de dados remotos de empresas como Google, da Alphabet, Amazon e Microsoft, abrindo sites, enviando informações para aplicativos de smartphones e processando dados para programas de software na nuvem.

Privacy Labs, uma startup com sede nos arredores de Seattle, perto da sede da Microsoft, quer acabar com tudo isso em nome da segurança digital. Na quarta-feira, a empresa começou a vender um servidor que administra e-mails, contatos e serviços de calendário por meio de um domínio pessoal na web. O Helm Personal Server é um dispositivo angular, mais ou menos do tamanho de um livro de bolso aberto, que fica em alguma mesinha da sua casa, não em um centro de dados. As informações são armazenadas e criptografadas no dispositivo, não na nuvem.

O primeiro objetivo é impedir que mensagens privadas sejam invadidas ou acessadas por governos e por autoridades policiais. Os próximos produtos incluirão versões no dispositivo de serviços na nuvem populares, como armazenamento e compartilhamento de arquivos, gerenciamento de senhas e uma rede virtual privada (VPN) para tornar as conexões on-line mais anônimas.

A longo prazo, a Privacy Labs quer que o Helm seja um centro privado de identidade digital para tudo o que as pessoas fazem na internet. Em vez de o Google e o Facebook armazenarem todas as informações em seus centros de dados e venderem anúncios baseados nelas, os consumidores controlariam os dados e as empresas de internet teriam de solicitar acesso, segundo o CEO Giri Sreenivas.

"Queremos ajudar as pessoas a mudar a maneira como a internet funciona hoje e a não se envolverem com o Google nem com outras grandes empresas de tecnologia", disse ele.

Esse argumento contra a nuvem testará se a série de violações à segurança digital e de escândalos de vazamento de dados foi suficiente para instigar a demanda do consumidor por um produto dedicado à privacidade. As empresas pagarão quase US$ 120 bilhões pela tecnologia de segurança até 2021, enquanto os consumidores gastarão relativamente pouco, US$ 5 bilhões, segundo a Gartner.

Este teste também vai ser caro. O dispositivo Helm custa US$ 499. Isso inclui 128 gigabytes de armazenamento local e o primeiro ano de e-mail, calendário, contatos e um domínio da web para vários usuários. O custo passa a US$ 99 por ano depois disso. Esse valor se compara a US$ 90 por ano para a versão profissional do FastMail, um serviço de e-mail focado na privacidade que inclui agenda, contatos, seu próprio domínio e 100 gigabytes de armazenamento por usuário.

"Eu não acredito", disse Peter Firstbrook, analista do Gartner. A Symantec e outras empresas vem tentando convencer os consumidores a comprar serviços de privacidade e segurança há algum tempo e não têm tido muita sorte. Ao mesmo tempo, os serviços gratuitos estão prosperando, acrescentou ele.