Moderação da guerra comercial beneficia soja e milho dos EUA
(Bloomberg) -- Com o retorno da China aos mercados agrícolas dos EUA, os preços americanos do milho e da soja estão em alta devido ao otimismo em relação à demanda. Ao mesmo tempo, produtores concorrentes como Brasil e Canadá podem começar a perder se EUA e China conseguirem fechar um acordo comercial de longo prazo.
Apesar da reação nula até o momento no mercado de futuros de soja devido à espera das tradings para realizar compras maiores, os preços à vista nos EUA subiram. Tem havido também muitos movimentos no mercado de opções do milho, enquanto os prêmios das safras brasileiras caíram.
A tendência está se revertendo nos preços da soja americana e brasileira. Quando o país asiático esnobou a oferta dos EUA, neste ano, os prêmios das safras do Brasil começaram a disparar com a mudança dos fluxos de comércio. Agora, os preços à vista dos grãos dos EUA estão se recuperando, e o mercado brasileiro, esfriando.
O preço à vista médio do milho americano atingiu o maior nível desde o começo de junho, segundo um índice compilado pela Bolsa de Grãos de Minneapolis. Com a retomada das compras de soja pela China, alguns traders têm dito que o milho pode ser um beneficiário inesperado da flexibilização das relações comerciais. Os preços relativamente baixos do milho americano têm atraído compras recentemente de importadores como o México.
O governo Trump está pressionando a China para que compre outros produtos agrícolas, além da soja, como parte da "boa-fé para as negociações" para encerrar de vez a disputa, disse o vice-secretário do Departamento de Agricultura dos EUA, Steve Censky, nos bastidores de um encontro da Associação dos Produtores de Soja de Iowa, na quinta-feira.
A festa pode acabar para a soja canadense. As exportações do país atingiram um recorde mensal em outubro, quando a China buscou fontes alternativas em meio à disputa com os EUA. As exportações canadenses aumentaram 91 por cento em relação ao ano anterior, segundo dados do governo. Provavelmente haverá uma desaceleração a curto prazo nas vendas canadenses para a China com o retorno da demanda para a soja americana e a colheita da safra no Brasil, disse David Reimann, analista de mercado da Cargill em Winnipeg, Manitoba.
O retorno da China ao mercado americano ainda não foi suficiente para estimular os futuros da soja. O enorme estoque do grão ajuda a explicar por que o mercado ainda não se impressionou. Os estoques americanos deverão dobrar para um recorde de 25,99 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).
Na quinta-feira, o USDA divulgou a venda de 1,1 milhão de toneladas para a China. Para efeito de comparação, a China compra de 30 milhões a 35 milhões de toneladas de soja dos EUA em um ano normal, disse Censky.
"É preciso que haja muito mais" compras, disse.
--Com a colaboração de Michael Roschnotti e Mario Parker.
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