BMW e Daimler podem fechar cooperação para componentes: Fontes
(Bloomberg) -- A Daimler e a BMW estudam unir forças para a fabricação de componentes automotivos importantes, uma decisão que conectaria mais do que nunca as tradicionais fabricantes de carros de luxo concorrentes e refletiria as abrangentes mudanças de base do setor.
As fabricantes alemãs avaliam opções como compartilhar plataformas de veículos, baterias e tecnologia de carros autônomos, segundo pessoas a par do assunto, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas. A colaboração ficaria restrita a tecnologias que não sejam específicas de cada marca, mas as deliberações estão em estágio inicial e não está claro em que momento ocorreria uma possível decisão, disseram as pessoas. A Daimler e a BMW preferiram não comentar.
Pressionadas a investir em carros elétricos e autônomos, as fabricantes de veículos estão se conectando cada vez mais a concorrentes na tentativa de reduzir custos. A Volkswagen negocia uma cooperação com a Ford Motor para vans e, possivelmente, veículos autônomos. Parcerias também são uma forma de se tornar mais ágil em meio à disputa pelo domínio de serviços digitais, como a carona compartilhada, para enfrentar gigantes da tecnologia com amplos recursos como a Alphabet.
A pressão é evidente e a Daimler, empresa controladora da Mercedes-Benz, e a BMW reduziram as metas de lucro deste ano, culpando as tensões comerciais e os crescentes investimentos em desenvolvimento. A Daimler lançará um leque de 10 veículos elétricos nos próximos quatro anos e a BMW anunciou que oferecerá 12 modelos em versão somente a bateria até 2025.
Acúmulo de gastos
Frente ao acúmulo de gastos e à chegada de novas tecnologias ao setor, unidades competitivas tradicionais começam a dar lugar à colaboração em meio à possível consolidação do setor, fenômeno há muito defendido pelo falecido CEO da Fiat Chrysler Automobiles, Sergio Marchionne.
"A má alocação de capital continua sendo o maior dilema da indústria automotiva", disse Arndt Ellinghorst, analista da Evercore ISI em Londres, em nota, no mês passado, na qual defendeu a commoditização dos conjuntos de motor e transmissão. "Os executivos do setor automotivo continuam dizendo ao mercado que os investimentos atingirão o pico no início da década de 2020. Mas o mercado está duvidando."
O Stoxx Europe 600 Automobiles & Parts Index caiu 26 por cento neste ano, sendo que a BMW e a Daimler recuaram 15 por cento e 33 por cento, respectivamente.
A união de forças para a tecnologia automotiva aprofundaria significativamente as iniciativas de cooperação atuais entre a Daimler e a BMW. As fabricantes alemãs já trabalham na aquisição de componentes e compraram a empresa de mapeamento digital HERE Technologies por 2,5 bilhões de euros (US$ 2,9 bilhões) em 2015 juntamente com a Audi, da Volkswagen. Neste ano, a dupla fechou acordo para combinar suas respectivas plataformas de compartilhamento de carros Car2Go e DriveNow -- acordo que recebeu aprovação regulatória nos EUA na quarta-feira.
Repórteres da matéria original: Elisabeth Behrmann em Munique, ebehrmann1@bloomberg.net;Christoph Rauwald em Frankfurt, crauwald@bloomberg.net
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.