Resorts de esqui dos Alpes recorrem a DJs para reativar negócios
(Bloomberg) -- Um DJ sacode a cabeça atrás dos toca-discos enquanto uma batida constante de 4/4 toca com força e a pista de dança se enche de animação. Do lado de fora, os clubbers, vestidos de preto, fazem fila na porta.
Isso poderia acontecer em Berlim ou Ibiza, mas esta festa está rolando a quase 1.800 metros de altura, em uma tenda situada acima da luxuosa vila de esqui suíça de Verbier. O lugar ainda não está coberto de neve, mas lá fora a temperatura marca -6ºC.
Bem-vindos ao Polaris Festival, um espetáculo de música dance de quatro dias organizado todos os anos antes das férias de inverno do Hemisfério Norte. Já na quarta edição, o Polaris faz parte de uma tendência crescente nos Alpes, em que os resorts de esqui organizam festivais de música dance para atrair hóspedes jovens -- e tentar melhorar os negócios, que vão mal por causa da mudança climática e do enfraquecimento do euro. Só na Suíça, o número de visitantes nas temporadas de esqui caiu 20 por cento na última década.
"Eu queria ajudar os jovens a voltarem", diz Raphael Nanchen, cofundador do Polaris, que lançou seu primeiro festival de música dance em Crans Montana, uma estação de esqui vizinha, há 15 anos. "Cada vez menos gente vem esquiar."
Ele diz que, atualmente, os millennials preferem viajar para Barcelona no fim de semana a se arriscar a gastar dinheiro em montanhas com condições precárias. "É importante que os resorts de esqui encontrem outras formas de atrair gente."
Tendência
Vários resorts europeus estão atentos ao aviso de Nanchen. Da Áustria à França, alguns dos destinos de esqui mais famosos dos Alpes estão montando tendas e reservando grandes DJs na tentativa de permanecerem relevantes em um mundo cada vez mais quente.
O Polaris se consolidou rapidamente como o festival com talvez o maior prestígio, atraindo cerca de 12.000 pessoas ao longo de quatro dias no início deste mês. O público foi a Verbier para ver a impecável programação de DJs internacionais do festival -- nomes como Dixon, Carl Craig e o lendário Laurent Garnier -- e também pela experiência única de dançar em uma tenda transparente cercada por montanhas impressionantes.
Tudo vem com um custo operacional. Nanchen estima que organizar um festival em uma vila alpina isolada custa 40 por cento a mais do que em um lugar mais convencional -- digamos, um balneário de Ibiza. Dois terços do orçamento dele vão para a construção do local a partir de zero, a provisão de opções de alimentação e a organização do transporte dos clientes.
A secretaria de turismo de Verbier tem compensado alguns desses custos agora que o Polaris demonstrou ser uma bênção para os negócios do início da temporada. Por cerca de US$ 240 os quatro dias (sem incluir acomodações, bebidas, refeições e outras despesas), o festival custa aproximadamente o mesmo que as passagens de teleférico, que custam US$ 340 por seis dias. E de quebra, a clientela não liga muito para o clima. "A maioria das pessoas está dormindo de manhã, não esquiando", brinca Nanchen.
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