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China prevê fim do bom momento do aço em meio a otimismo menor

Bloomberg News

15/01/2019 14h57

(Bloomberg) -- O setor de siderurgia da China fez uma avaliação favorável de suas próprias conquistas em 2018 -- entre elas, a conclusão antecipada dos cortes de capacidade -- e alertou sobre riscos crescentes para o próximo ano.

"O ambiente do mercado melhorou significativamente, a contradição da grande capacidade excedente foi reduzida e a capacidade de alta qualidade foi colocada em campo", disse Yu Yong, presidente da Associação de Ferro e Aço da China, em declarações publicadas no website do grupo, na segunda-feira. A meta do governo de desativar 150 milhões de toneladas em capacidade foi atingida em 2018, dois anos antes do planejado, disse ele.

O maior setor siderúrgico do planeta realmente se transformou desde que o colapso dos preços, em 2015, desencadeou uma crise mundial devido à capacidade excedente e às exportações excessivas, alimentando antagonismos comerciais que entraram na agenda do G-7. Mas as condições benignas dos últimos três anos estão diminuindo devido à desaceleração da economia chinesa, o que representa o primeiro grande teste dessas mudanças.

"As bases para uma rentabilidade contínua ainda não estão sólidas", disse Yu, observando um rápido declínio dos preços do aço que deixou até mesmo algumas usinas de grande porte com dificuldades para equilibrar as contas. A demanda está perdendo força, enquanto a produção continua se expandindo em meio a uma nova onda de protecionismo comercial, e os controles ambientais continuam irregulares, disse. "O mais importante a destacar é que as expectativas do mercado não são otimistas e a confiança é frágil."

O êxito da China no encerramento de capacidade ilegal ou ineficiente neste setor de 1 bilhão de toneladas por ano foi acompanhado pela consolidação do setor e pela moderação significativa das exportações. Mas a produção continua em níveis recorde porque as empresas estão tirando o máximo da capacidade que têm, e a poluição urbana continua sendo um problema.

Até o momento, o governo do presidente Xi Jinping tem evitado prometer o estímulo à velha economia que revitalizou os mercados do aço desde o início de 2016. O índice de gerentes de compras do setor siderúrgico chinês atingiu no mês passado o menor patamar desde o pior momento da crise de 2015. A extensão da retomada dos investimentos da China em infraestrutura para estimular o crescimento será elemento determinante da sorte do aço neste ano.

To contact Bloomberg News staff for this story: Martin Ritchie em Xangai, mritchie14@bloomberg.net