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Produção do Airbus A220 avança lentamente por 'maior risco'

Divulgação
Imagem: Divulgação

Frederic Tomesco e Julie Johnsson

15/01/2019 14h44

(Bloomberg) -- Agora que começa a ver novo impulso nas vendas do elegante jato A220, a Airbus enfrenta um desafio diferente: entregar os pequenos aviões de corredor único aos clientes impacientes.

O avião antigamente conhecido como C Series acumulou uma fila de 480 encomendas não atendidas da Airbus e da canadense Bombardier, que cedeu o controle de seu emblemático jato à fabricante de aviões europeia em julho após anos de encomendas decepcionantes.

Mas a Airbus atingirá apenas em meados da próxima década a meta de produção máxima de 14 jatos por mês, dividida entre duas fábricas: quatro por mês em uma instalação ainda não construída em Mobile, no Alabama, e 10 na linha de montagem original de Mirabel, em Quebec.

Trata-se de uma aceleração mais lenta que a prevista pela Bombardier no fim de 2017, quando afirmou que Mirabel chegaria a entregar 10 desses aviões por mês em 2020.

A Airbus está avançando mais lentamente de propósito, porque a transição para a produção a pleno vapor "é onde há o maior risco", disse Philippe Balducchi, CEO da parceria pelo A220, na qual a Bombardier manteve participação minoritária. "Já vimos isso na Airbus e na Boeing. É uma fase crítica."

Entraves em fábrica

A Airbus herdou a fábrica ao norte de Montreal no ano passado, quando assumiu o controle do programa da aeronave. A Bombardier apostou mais de US$ 6 bilhões no desenvolvimento do jato bimotor ao longo de mais de uma década --mais que o valor de mercado atual da empresa, de 5,19 bilhões de dólares canadenses (US$ 3,9 bilhões).

A gigante aeroespacial com sede em Toulouse, na França, registrou 135 encomendas firmes pela aeronave nas duas primeiras semanas de janeiro, todas nos EUA. Mas apenas 57 jatos foram entregues aos clientes desde sua estreia comercial, em 2016. É o equivalente a cerca de um mês de produção da família A320 de jatos de corredor único da Airbus.

"Eles têm em mãos um desafio com os aviões de médio porte", disse Richard Aboulafia, analista aeroespacial da Teal Group. "Renegociar preços com fornecedores é algo grande. E esses são os caras que estão produzindo 60 aviões por mês" com o A320.

Para acelerar a produção do A220, a Airbus está recapacitando mecânicos em Mirabel e eliminando trabalhos fora de sequência dos fornecedores e na fábrica. Além disso, também está focada em extrair economias de fornecedores importantes para reduzir os custos unitários com uma porcentagem "significativa de dois dígitos".

Ao mesmo tempo, a Airbus também precisa decidir como compartilhar ganhos de eficiência entre a fábrica existente e a instalação planejada para o Alabama, que atenderá ao crescente mercado americano. A Airbus optou por cancelar metas de produção ao assumir o controle da parceria.

"A Airbus analisou e reavaliou as entregas", disse Rob Dewar, ex-executivo da Bombardier que atualmente é responsável pela engenharia do jato. "Além de Mirabel, agora estamos fornecendo para Mobile. Do ponto de vista dos fornecedores, agora eles precisam abastecer duas instalações."