Fabricante de relógios para homens se conecta com lado feminino
(Bloomberg) -- A fabricante de relógios suíça Richard Mille, cujos relógios retangulares custam mais de US$ 200.000, avança com cuidado em direção ao território feminino tentando evitar afastar seus principais clientes: os homens.
A marca deixou de lado a imagem tradicionalmente masculina no salão de relógios de Genebra deste ano, decorando seu estande como uma loja de doces para combinar a colorida coleção de relógios "Bonbon" com imagens de marshmallows, balas de alcaçuz e pirulitos. Apesar das 300 peças, custando até 167.000 francos (US$ 187.000), terem sido vendidas antes da feira, o fundador Richard Mille caminha na ponta dos pés no ramo de relógios para mulheres.
"A dificuldade é que você sempre sente que está sobre o fio de uma navalha", disse Mille, em entrevista. "É importante se aprofundar no universo feminino sem enfraquecer o universo dos cavalheiros. É algo muito sutil."
No momento em que a indústria suíça emerge de uma queda prolongada, muitas fabricantes de relógios veem novas oportunidades no marketing para mulheres, muitas vezes negligenciadas pelas empresas.
A Audemars Piguet lançou pela primeira vez uma coleção com variações simultâneas para homens e mulheres -- rompendo com a prática comum de adaptar os modelos masculinos existentes para os pulsos mais finos das mulheres alguns anos depois. Apesar da tendência feminina de preferir relógios de quartzo mais estreitos, a Baume & Mercier, da Richemont, reformulou sua coleção Classima Lady para oferecer movimentos mecânicos automáticos em todos os relógios.
'Imagem masculina'
Mille criou sua marca homônima em 1999 e esperou seis anos para lançar a primeira coleção feminina, que enfrentou dificuldades no início. Agora, os relógios femininos representam cerca de um quinto do negócio e o objetivo é chegar a cerca de 35 por cento.
"Tínhamos uma imagem muito masculina", disse o francês de 67 anos, usando um relógio rosa com pulseira azul pastel. "É importante para a marca, para a segurança" ter uma clientela mais diversificada.
Cécile Guenat, a diretora artística que criou a linha "Bonbon", é filha do parceiro de negócios Dominique Guenat, cujo filho também está ingressando na empresa. Mille disse que três de seus filhos também assumiram funções dentro da empresa, o que torna provável que ela continue independente, apesar das abordagens ocasionalmente recebidas para vender. O CEO disse que criou a empresa porque queria mais liberdade.
As vendas da Richard Mille aumentaram a uma porcentagem de dois dígitos a cada ano desde a fundação e a empresa limita a produção para manter a demanda. Mesmo assim, a marca está ampliando a produção para 5.200 unidades neste ano, contra 4.000 em 2017.
"Nosso problema é que somos totalmente incapazes de atender a demanda", disse Mille. "Temos muitas vitrines vazias em nossas butiques apesar de termos aumentado a produção."
Para encontrar um equilíbrio entre os sexos, Richard Mille pretende lançar um modelo "bem masculino" após a feira de relógios.
"É sempre importante manter o equilíbrio", disse.
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