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Petróleo estimula boom de fusões e aquisições no Oriente Médio

Matthew Martin, Archana Narayanan e Mahmoud Habboush

30/01/2019 13h06

(Bloomberg) -- Este é um bom momento para ser um executivo do setor bancário de fusões e aquisições no Oriente Médio.

Apenas no primeiro mês do ano, cinco bancos estão se fundindo: uma fusão tripla em Abu Dhabi, rica em petróleo, e uma combinação transnacional em Kuwait e Bahrein. Outras transações estão sendo arquitetadas.

À medida que os preços do petróleo se estabilizam em um novo normal que mal consegue equilibrar o orçamento das monarquias do Golfo Arábico, os governos estão criando maneiras de manter a competitividade, o que desencadeou uma onda de consolidação sem precedentes. Abu Dhabi, que detém 6 por cento das reservas globais de petróleo, combinou três de suas empresas de investimento para criar um fundo com cerca de US$ 250 bilhões em ativos, logo após outra megafusão entre dois de seus maiores bancos.

Não só os bancos estão se combinando. A Saudi Aramco negocia a compra da Saudi Basic Industries, no que seria o maior acordo de fusão e aquisição da Arábia Saudita. Acredita-se que seguradoras, companhias aéreas e outras empresas petroquímicas estejam explorando possíveis uniões.

"A consolidação tem muitos benefícios potenciais", disse Rachel Pether, consultora sênior do Sovereign Wealth Fund Institute. "No caso dos grandes bancos de Abu Dhabi e dos fundos soberanos de investimento, as principais metas estão relacionadas a economias de escala, de escopo - auxiliando na entrada em mercados globais e no aumento da participação de mercado."

O valor das transações de fusão e aquisição na região do Golfo pulou para US$ 33,7 bilhões no ano passado, o nível mais alto desde pelo menos 2007, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A seguir, áreas de fusões que foram concluídas ou estão em andamento:

Bancos

Os bancos regionais estão passando por sua maior reformulação em décadas, e uma dúzia deles está envolvida em aquisições ou fusões. A maioria depende muito dos depósitos do governo, que têm diminuído em sincronia com os preços do petróleo. Ao mesmo tempo, o Conselho de Cooperação do Golfo, de seis países, tem bancos em excesso, com cerca de 70 instituições listadas na região, segundo dados compilados pela Bloomberg, que atendem a uma população de cerca de 50 milhões. Embora não seja uma comparação exata, há apenas cerca de uma dúzia de bancos listados no Reino Unido, um país de cerca de 65 milhões de pessoas.

Fundos soberanos de investimento

Abu Dhabi criou uma série de fundos soberanos para reinvestir ganhos inesperados com o petróleo. Depois que os preços do petróleo caíram, o emirado controlou os gastos e combinou fundos com ativos comuns em áreas como energia, serviços financeiros e saúde.

Aviação

Os Emirados Árabes Unidos têm quatro companhias aéreas estatais e, embora continuem competindo entre si, uma onda de colaboração entre elas - excetuando a Air Arabia, a única empresa aérea do país negociada em bolsa - começou há mais de um ano.

Petroquímicos

Em um momento que os governos buscam reduzir os subsídios a matérias-primas e energia, as empresas petroquímicas estão percebendo que suas vantagens competitivas estão diminuindo. Com 16 empresas petroquímicas negociadas na bolsa de valores saudita, há muito espaço para consolidação.

Seguro

Na Arábia Saudita, as seguradoras provavelmente incorrerão em custos cada vez maiores devido à regulamentação mais rígida e à necessidade de investir em tecnologia, o que impulsionará a consolidação do setor, segundo Edmond Christou, analista da Bloomberg Intelligence. A participação estrangeira no setor também deve crescer, já que o órgão regulador está encorajando ativamente o investimento estrangeiro. Existem cerca de 30 empresas de seguros listadas no reino.

--Com a colaboração de Layan Odeh e Claudia Maedler.

Repórteres da matéria original: Matthew Martin em Dubai, mmartin128@bloomberg.net;Archana Narayanan em Dubai, anarayanan16@bloomberg.net;Mahmoud Habboush em Abu-Dabi, mhabboush@bloomberg.net