Conheça alguns segredos dos instrutores de esqui de Aspen
(Bloomberg) -- No final do século 19, quando os garimpeiros atravessaram as Montanhas Rochosas do Colorado, eles encontraram o que viria a se tornar a estância de esqui de Aspen e a joia dessa coroa, o Monte Sopris. A terra era rica, mas também sagrada para a tribo indígena Ute, que amaldiçoou os visitantes por desespero. Quem dormisse à sombra do Monte Sopris estaria condenado a nunca mais ir embora de lá.
Hoje, o Monte Sopris lança sua sombra sobre outro tipo de mina de ouro: um emaranhado de 375 teleféricos e pistas de esqui de alto nível, frequentado por personalidades famosas (Michelle Obama, Antonio Banderas, Paris Hilton e Mariah Carey) que não conseguem escapar dos encantos do lugar. Ninguém sabe disso melhor do que os 135 instrutores de esqui que residem na região de Aspen Mountain - um grupo de atletas olímpicos, alpinistas mundialmente famosos e membros da Equipe Nacional de Alpinistas dos EUA que compõem a Harvard do esqui.
"Há certa dose de darwinismo em Aspen Mountain", diz Andy Docken, gerente-geral da Escola de Esqui e Snowboard de Aspen Mountain. Para sobreviver, os instrutores precisam se adaptar às complicadas necessidades de seus clientes, dentro e fora das pistas.
Como percebi rapidamente durante o período em que trabalhei na equipe de Docken, ciceronear os nomes mais famosos de todos os campos - de financistas de Nova York à realeza de Hollywood - é uma dança tão habilmente coordenada quanto ziguezaguear por uma pista difícil. Claro que é divertido esquiar em um dos resorts mais exclusivos do mundo, mas também tive que levar clientes para comprar obras de arte que custam o preço de uma casa, esquivar rolhas de champanhe no ar e flagrar encontros amorosos no meio da montanha no final de cada turno. Veja algo do que aprendi sobre este adorado passatempo de inverno.
A maioria dos clientes quer um 'cara jovem e divertido'
Docken estima que 80 por cento da receita de uma estação de esqui comum vem de aulas grupais, mas a Aspen Mountain oferece apenas aulas particulares - com uma tarifa inicial de US$ 820 por dia. A maioria dos hóspedes solicita previamente os professores com base em referências; o restante usa uma espécie de formulário para encontrar seu par perfeito.
O pedido mais frequente é simples: as pessoas querem "um cara jovem e divertido", ou, como interpreta Olga Lawson, coordenadora de Aspen Mountain, um australiano ou neo-zelandês bonitão na casa dos 20 ou dos 30 anos. (As mulheres querem namorá-los; os homens querem ser amigos deles.)
Regras tácitas da atração
Pedir fotos antes de escolher um instrutor é terminantemente proibido na escola de esqui de Aspen (embora tentem com frequência). No entanto, emparelhar alunos e professores tem certo quê de bancar o cupido. Lawson e sua equipe passam em média 45 minutos no telefone para conhecer melhor cada esquiador a fim de encontrar o par ideal para cada pessoa.
Mas, assim como na tentativa de formar casais amorosos, é difícil encontrar um par para determinados clientes. Se um deles tem o hábito de cantar as profissionais do sexo feminino, é provável que isso seja destacado e circulado em seu arquivo tácito e que esse cliente não seja emparelhado com uma instrutora novamente.
As celebridades mais respeitadas são as que gostam de esquiar
No vestiário da equipe de funcionários, nomes de celebridades são comentados com o mesmo entusiasmo ou indiferença que o nome de um titã do setor imobiliário ou de um trader de Wall Street - a única coisa com que os instrutores se importam é se seus clientes realmente gostam de esquiar.
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