China poderia chantagear americanos com dados médicos: relatório
(Bloomberg) -- O investimento chinês no setor de biotecnologia dos EUA representa um risco para a segurança nacional, porque poderia conceder ao governo da China acesso a dados sobre pacientes que poderiam ser usados para chantagear os americanos, de acordo com um relatório para uma comissão consultiva do Congresso.
As empresas de biotecnologia na China têm acesso a dados e tecnologia por meio de investimentos em empresas dos EUA, parcerias com universidades americanas e recrutamento de pesquisadores capacitados nos EUA, segundo o relatório da Comissão de Análise Econômica e de Segurança EUA-China.
"As empresas chinesas de biotecnologia estão adquirindo tecnologias cruciais para o avanço nesse campo e também estão acumulando grandes conjuntos de dados clínicos e genéticos sobre residentes dos EUA", afirma o relatório publicado em 14 de fevereiro.
Os novos regulamentos dos EUA colocaram a biotecnologia no mesmo nível de importância para a segurança nacional que a indústria aeroespacial e os microchips. Os investidores chineses têm sido um dos pilares da recente captação de recursos de empresas privadas de biotecnologia. Pelo menos um investidor chinês participou de 41 transações de financiamento de biotecnologia nos EUA avaliadas em um total de US$ 2,6 bilhões no ano passado, segundo a Pitchbook.
"Teoricamente, o acesso a informações particulares sobre pessoas relevantes para a segurança dos EUA cria um risco de chantagem e pode revelar condições de saúde exploráveis em um ataque direcionado", afirma o relatório da comissão.
A comissão, que informa o Congresso sobre as implicações de segurança nacional dos laços econômicos e comerciais entre os EUA e a China, divulgou o relatório preparado pela Gryphon Scientific, uma empresa de consultoria que tem sede em Takoma Park, Maryland, e foi fundada por Rocco Casagrande, ex-inspetor de armas biológicas das Nações Unidas.
Apesar de observar que a China é "um dos principais originadores de ataques cibernéticos nos EUA" cujo alvo são dados pessoais relativos à saúde, o relatório da comissão afirma que não há evidências até agora de que o governo chinês tenha usado esses dados de "maneira estratégica e hostil".
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