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Facebook adotará medidas mais duras contra conteúdos antivacinas

Sarah Frier

08/03/2019 11h28

(Bloomberg) — O Facebook tem sido criticado por permitir que sua plataforma amplifique opiniões antivacinas, alimentando uma crise de saúde pública. Agora a empresa está tomando medidas para reduzir a visibilidade da informação nas pesquisas e no feed de notícias.

O Facebook não permitirá que opiniões antivacinas sejam exibidas nas buscas ou nas recomendações na rede social e no Instagram e rejeitará anúncios que contiverem informações erradas sobre vacinas, informou a empresa na quinta-feira. O Facebook também removerá os anúncios orientados à categoria "controvérsias sobre vacinas".

No mês passado, o deputado americano Adam Schiff, democrata da Califórnia, enviou cartas ao Facebook e ao Google pedindo que abordassem o problema porque a inação das empresas poderia ter contribuído para os recentes surtos de sarampo no país. O YouTube, do Google, desativou a capacidade dos vídeos antivacinação de ganhar dinheiro com anúncios. O Pinterest baniu o conteúdo completamente.

O Facebook, empresa na qual os executivos há anos se dizem desconfortáveis em determinar o que é verdadeiro e o que é falso, está começando a ouvir os críticos que explicaram como os algoritmos usados amplificam o conteúdo extremo. O sistema ajuda a disseminar opiniões de nicho e controversas. Grupos antivacinação têm prosperado em grupos do Facebook, onde o mecanismo de recomendação da plataforma pode promover outras ideias marginais a serem seguidas.

O Facebook anunciou que também está pensando em promover informações de organizações especializadas a respeito de vacinas no topo dos resultados de buscas relacionadas — um passo além da tática usual de rebaixar os conteúdos que têm desinformação. De modo geral, o Facebook conta com uma rede de verificação de fatos formada por terceiros, mas que não é capaz de abordar todo o conteúdo falso presente no website.

A empresa está priorizando a adoção de medidas contra conteúdos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA identificaram publicamente como falsos.