Trading Engelhart planeja renascimento após expansão excessiva
(Bloomberg) -- Após acumular quase meio bilhão de dólares em prejuízos ao longo de três anos, o chefe da Engelhart Commodities Trading Partners afirma que a reestruturação colocou a empresa em posição de ganhar dinheiro.
Depois do "ano terrível" em 2017, a ECTP deixou o trading físico de energia e da maioria dos metais, além do negócio de trading de algodão, disse o CEO Huw Jenkins em entrevista. Agora, a trading que se desmembrou do Banco BTG Pactual, do Brasil, está pronta para entregar lucros constantes, disse.
"O negócio contínuo foi rentável em 2018 e, portanto, acreditamos que o negócio como um todo será rentável em 2019", disse Jenkins.
Fundada em 2013 com o plano ambicioso de preencher a lacuna deixada pelos bancos que abandonaram o trading de commodities, a ECTP "se expandiu demais", criando uma infraestrutura corporativa muito complexa, disse o CEO. Agora, a empresa reduziu a equipe em cerca de 30 por cento, para 500 funcionários, e fechou escritórios na África do Sul, no Quênia e na Argentina.
"Aprendemos muitas lições", disse Jenkins, ex-executivo do UBS Group. "Éramos uma startup quatro anos atrás. Agora estamos chegando a uma nova fase de maturidade e estabilidade."
A ECTP registrou prejuízo de cerca de US$ 160 milhões em 2018, a maior parte no quarto trimestre, segundo resultados publicados pelo BTG Pactual, o banco de investimento brasileiro que detém cerca de 20 por cento da trading. Em 2017 a firma já havia tido uma perda de US$ 243 milhões, segundo comunicados ao mercado.
O capital da empresa caiu de cerca de US$ 1,37 bilhão no fim de 2016 para cerca de US$ 520 milhões no fim de 2018.
Novo foco
A trading de commodities atualmente concentra seu trading físico na originação de grãos, sementes oleaginosas e café na América do Sul para entrega na Ásia, e também no trading de derivativos de energia e de metais. Jenkins prevê que os custos da empresa cairão neste ano para quase metade dos US$ 200 milhões de 2016 e também sinaliza mudanças na equipe de gestão.
Paul Crone, um dos fundadores da Citrine Capital Management e ex-chefe de trading da Touradji Capital Management, assumiu o cargo de chefe de trading de metais e Tom Coletti entrou como diretor de risco. Ricardo Froes agora é diretor financeiro. O ex-CEO da ECTP, Ricardo Leiman, ex-chefe do Noble Group, deixou a empresa no ano passado para abrir um fundo de hedge.
"Acreditamos que com essa base de capital, com o pessoal que temos e com nosso portfólio, podemos ser um negócio bastante atrativo e lucrativo", disse Jenkins, que diz que a empresa mira um retorno sobre o capital de aproximadamente 15 por cento.
A empresa colocou sua carteira de trading de café à venda em meio à reestruturação, segundo pessoas a par do assunto. Jenkins disse que a empresa não comenta rumores de mercado.
Recompra de participação
A trading também planeja recomprar a participação de 20 por cento do BTG Pactual, disse o diretor financeiro do banco, João Dantas, em entrevista, em 25 de fevereiro.
"A velocidade da recompra da participação pela ECTP dependerá da velocidade dos resultados", disse.
Os 80 por cento restantes da ECTP pertencem a um grupo de sócios que controla o BTG, entre os quais está Jenkins, que é vice-presidente do conselho do banco. Para ele, o teste para a ECTP será manter o bom início durante o ano.
"Precisamos mostrar para nós mesmos e também para o mercado que o modelo pode ser consistentemente rentável", disse Jenkins.
--Com a colaboração de Isis Almeida, Cristiane Lucchesi e Marvin G. Perez.
Repórteres da matéria original: Andy Hoffman em Genebra, ahoffman31@bloomberg.net;Jack Farchy em Londres, jfarchy@bloomberg.net;Felipe Marques em São Paulo, fmarques10@bloomberg.net
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