Mais de um milhão assinam petição para cancelar Brexit
(Bloomberg) -- Mais de um milhão de pessoas assinaram uma petição online pedindo que o governo britânico cancele a saída da União Europeia. O apoio ao cancelamento disparou após a primeira-ministra Theresa May falar à nação na quarta-feira.
May culpou parlamentares pelo impasse do processo e falou que estava do lado das pessoas que votaram a favor do Brexit. Provavelmente ela não contava com a reação de diversas celebridades, que incentivaram seus seguidores nas redes sociais a se posicionarem contra o plano dela.
O website de petições do Parlamento britânico saiu do ar diversas vezes, sobrecarregado pelo movimento de assinaturas incentivadas por celebridades como a cantora Annie Lennox, o ator Hugh Grant, o apresentador de programas científicos Brian Cox e o comediante David Mitchell.
"O governo alega repetidamente que sair da UE é 'a vontade do povo"', segundo o texto da petição. "Precisamos impor um fim a essa asserção ao provar a força do apoio público à permanência na UE."
"Eu assinei. E parece que toda pessoa sã no país está assinando também", escreveu Grant no Twitter. "Emergência nacional. Revogar o Artigo 50 e permanecer na UE."
Dados subjacentes mostraram que a maioria das assinaturas vem de regiões que apoiaram a permanência no bloco no referendo de 2016, incluindo Edimburgo, Londres, Bristol e Cambridge. Porém, também há apoio de regiões que votaram pela saída, como o nordeste da Inglaterra, Midlands e País de Gales.
Os dados também mostraram assinantes em países como Afeganistão e Zimbábue, sugerindo que nem todos os que se manifestaram são britânicos.
Toda petição com mais de 100.000 assinaturas se qualifica para debate pelo Parlamento. Em seguida, o Comitê de Petições, formado por legisladores, decide se deve discutir a petição.O gabinete de May deixou claro que ela não tem intenção de revogar o Artigo 50 e manter o Reino Unido na UE.
"Nós dissemos provavelmente 12.000 vezes nesta sala - e ela própria provavelmente disse 1.000 vezes - que isso é algo que ela não está preparada para fazer", declarou Alison Donnelly, a porta-voz da primeira-ministra, a repórteres no Parlamento.
--Com a colaboração de Robert Hutton.
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