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BC dos EUA deve cortar juros no 2º semestre, diz Brandywine

Eric Lam

26/03/2019 15h12

(Bloomberg) -- O próximo passo do banco central dos EUA será um corte nos juros no segundo semestre, aposta a Brandywine Global Investment Management, que é subsidiária da Legg Mason.

O diretor de pesquisa macroeconômica global da Brandywine, Francis Scotland, duvida que o Federal Reserve tomará essa decisão antes de junho porque a instituição não quer que pensem que está cometendo um erro. Afinal, as autoridades adotaram uma postura mais branda depois do tombo dos mercados em dezembro e dos sinais de desaceleração da economia americana.

"Surgiram sinais de alerta. Não há dúvida disso e portanto a responsabilidade de começar a reagir é do Federal Reserve", disse Scotland a repórteres em Hong Kong nesta terça-feira. No entanto, ele acredita que a economia global e a economia dos EUA escaparão de recessões e pousarão suavemente.

Na reunião da semana passada, o Fed mudou projeções e agora não prevê qualquer aumento nos juros em 2019. O banco central também resolveu diminuir o ritmo de redução da carteira de títulos a partir de maio e encerrar o processo em setembro. As medidas marcaram o distanciamento da mentalidade de aperto monetário, na direção de uma postura de maior acomodação que mostrou que as autoridades estão de olho nos riscos ao cenário que traçaram. Nas últimas semanas, aumentaram as apostas no mercado de juros futuros de que o próximo passo do Fed será um corte na taxa básica.

Para Scotland, o desaquecimento econômico observado em 2018 foi em boa parte causado pelos "erros" cometidos pelo próprio Fed, que foi agressivo demais nas elevações de juros após Jerome Powell assumir o comando da casa. Ao mesmo tempo, o governo chinês impôs uma freada brusca na economia de lá com medidas para reduzir o endividamento, lembrou Scotland. Ele está focando na curva de juros, na taxa de expansão do dinheiro em circulação e nos índices de desemprego.

"Contanto que as autoridades não tomem o caminho errado, não vejo razão para isso não durar muito mais tempo do que o consenso indica", disse Scotland.