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Cinco assuntos quentes para o Brasil hoje

Patricia Lara e Felipe Saturnino

23/05/2019 08h29

(Bloomberg) -- Temperatura da guerra comercial sobe com comentário no jornal do Partido Comunista da China. Quadro extrerno tumulta reação à quarta-feira ativa no Congresso, com aprovação da proposta de Bolsonaro de redução de ministérios. Volta do Coaf à Economia é vista como derrota do governo. CCJ da Câmara aprovou PEC de reforma tributária e Senado, a MP das aéreas. Natura confirma compra da Avon e Petrobras aprova follow-on para BR. Veja destaques:

Tensão elevada

Ações caem globalmente com a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo de volta como fator direcionador principal, após o Diário do Povo, jornal do Partido Comunista da China, publicar comentários atacando movimentos americanos para conter empresas chinesas. Mundo não vai tolerar as quebras de regras por parte dos EUA, segundo o jornal. Ativos seguros recebem fluxo, com iene ganhando ao lado do dólar. Títulos de países desenvolvidos avançam e juro do T-10 dos EUA recua 3pbs. Petróleo tem 3ª baixa seguida. Minério de ferro se mantém acima de US$ 100. Goldman Sachs eleva projeção para a commodity principal produzida pela Vale de US$ 81/ton para US$ 91. Já a Usiminas reajusta aço por conta da alta do minério, diz Estado.

Saldo misto

O Legislativo deu um saldo misto para o governo nas votações desta quarta-feira. MP proposta por Bolsonaro para reduzir de 29 para 22 o número de ministérios foi aprovada. Mas os jornais citam derrota do governo na questão do Coaf, que saiu da pasta da Justiça, de Sergio Moro, e voltou para a Economia, comandada por Paulo Guedes. Foram 228 votos a favor da decisão de retorno do Coaf à Economia e 210, contra. Quatro deputados se abstiveram. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, transferiu para esta quinta-feira o encerramento da votação da reforma administrativa, com apreciação dos destaque pendentes, por considerar que o clima entre os parlamentares "não ia ficar bom", diz Câmara Notícias.

Outras pautas

A quarta-feira não parou por aí no Legislativo. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou a PEC 45/2019, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que promove mudanças no sistema tributário. A proposta acaba com três tributos federais, IPI, PIS e Cofins, com o ICMS, que é estadual, e com o ISS, municipal. No lugar deles, cria um imposto único, o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços, ou IBS. Já o Senado aprovou a Medida Provisória 863/2018, que aumenta para 100% o limite de capital estrangeiro em companhias aéreas. Texto segue para sanção do presidente e ontem a Anac já deu aval para a Air Europa operar no país.

Natura confirma

Natura confirmou aquisição da Avon por meio de acordo de troca de ações. Atuais acionistas da Natura deterão aproximadamente 76% da nova holding. Com base nos preços de fechamento de 21 de maio, a transação avalia o enterprise value da Avon em US$ 3,7 bi e o grupo combinado em aproximadamente US$ 11 bi. Natura & Co. espera que a combinação dos negócios resulte em sinergias estimadas entre US$ 150 mi e US$ 250 mi anuais. Com estimativas, transação implica múltiplo Ebitda de 9,5 vezes, ou de 5,6 vezes e representa prêmio de 28% para os acionistas da Avon. Natura&Co passará a ter presença em 100 países e o grupo expandido levará seus produtos de beleza para mais de 200 mi consumidores. Avon subiu 9% em NY e Natura, 9,4% na B3 nesta quarta-feira. Além disso, Petrobras aprovou o modelo de venda adicional de sua participação na BR Distribuidora a ser conduzida através de uma oferta pública secundária de ações. Petrobras terá participação inferior a 50% na BR após a oferta.

Agenda

Arrecadação de tributos federais e contribuições previdenciárias deve ter alcançado R$ 138 bi em abril, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após R$ 109,9 bi no mês anterior. Receita divulga indicador às 10:30. Guedes acompanha presidente Jair Bolsonaro em audiência com Michael Manley, presidente mundial da Fiat Chrysler. A empresa anunciou nesta quarta-feira que seu plano de investimentos para o Brasil, de R$ 14 bi até 2023, será elevado para R$ 16 bi até 2024. EUA divulgam novos pedidos de seguro-desemprego, PMI Manufatura EUA Markit de maio e dados de vendas de casas novas.