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Governo planeja reduzir meta de inflação para 3,5% em 2022

Mario Sergio Lima e Rachel Gamarski

18/06/2019 11h29

(Bloomberg) -- A meta de inflação do Brasil cairá a 3,5% para 2022, num patamar mais próximo do adotado por outros países emergentes, de acordo com três autoridades com conhecimento do assunto.

A decisão - que deve ser anunciada na reunião do Conselho Monetário Nacional da próxima semana - ocorre após o ministério da Economia aprovar a mudança, sem oposição do Banco Central. A meta de inflação do Brasil é de 4,25% para 2019, 4% para 2020 e 3,75% para 2021.

O governo não deve reduzir a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, acrescentaram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.

Durante a administração do ex-presidente Michel Temer, o CMN mudou a política para a meta de inflação com o objetivo de reforçar sua credibilidade junto aos mercados financeiros. A partir de 2017, passou a estabelecer com antecedência a meta para três anos. Para o período a partir de 2019, reduziu a meta em 0,25 ponto percentual para cada ano subsequente.

Outros países latino-americanos com regime de inflação têm metas mais baixas que o Brasil. Os bancos centrais do Chile, Colômbia e México têm 3% como meta, enquanto o Peru busca inflação entre 1% e 3%.

Embora as faixas de tolerância sejam mais estreitas em outros países, o governo brasileiro prefere manter o intervalo atual para amenizar o esforço de convergência dos preços ao consumidor a níveis mais próximos aos pares continentais, disseram as pessoas.

O Ministério da Economia disse, por meio de nota, que a decisão sobre a meta de inflação em 2022 ainda não foi tomada e que a discussão será feita pelos integrantes do CMN em junho. O Banco Central não irá comentar.