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ETFs de maconha podem ganhar terreno, dizem analistas

Annie Massa

15/07/2019 12h48

(Bloomberg) -- O setor de fundos está cada vez mais flexível em relação aos investimentos em cannabis.

A BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, "provavelmente" irá lançar um fundo negociado em bolsa com foco em cannabis, incentivada pelo menor receio sobre problemas legais relacionados a essas estratégias, de acordo com a Bloomberg Intelligence. Outros grandes emissores poderiam seguir o exemplo, elevando os ativos em ETFs com foco em maconha para US$ 5 bilhões nos próximos anos, disseram analistas liderados por Eric Balchunas em relatório na sexta-feira.

"Como um grande estúdio de cinema, a BlackRock está apta a copiar os ETFs de sucesso dos outros", escreveu Balchunas. "A entrada da BlackRock traria certa legitimidade juntamente com alguma pressão sobre as comissões."

Um porta-voz da gestora disse que a empresa não tem planos de oferecer um ETF de maconha.

Tudo soa pouco provável, mas a BlackRock tem investido em estratégias temáticas. Esses tipos de fundos rapidamente se tornaram grandes negócios, atraindo mais de US$ 49 bilhões nos Estados Unidos. No mês passado, a gestora disse que planejava criar e negociar ETFs com base em cinco "megatendências", que vão além de setores tradicionais e focos geográficos, embora nenhum deles explicitamente se encaixe em ações no segmento de cannabis.

Enquanto isso, o ambiente regulatório para fundos de maconha parece cada vez mais favorável. A legislação conflitante nos EUA sobre o setor de cannabis fez com que grandes bancos evitassem oferecer serviços de custódia a potenciais emissores de ETFs de maconha. Mas, agora, o órgão regulador dos EUA pediu que ETFs de cannabis ofereçam pareceres legais de terceiros, para garantir que esses fundos não violam leis estaduais ou federais, o que abriria caminho para qualquer investidor interessado em um setor em expansão.

O ETFMG Alternative Harvest ETF, o maior do mundo com foco em maconha, com US$ 1,1 bilhão em ativos, apresentou documentação legal em maio afirmando que o ETF e seus investimentos não violam nenhuma lei. As empresas de cannabis nas quais o fundo investe possuem as licenças necessárias para operar, segundo o documento. O ETF AdvisorShares Pure Cannabis, com US$ 59 milhões em ativos, apresentou documento semelhante em abril.