Naspers se prepara para IPO de império global
(Bloomberg) -- Quando o responsável pela Naspers na América Latina ligou para Alec Oxenford em 2010, foi direto ao ponto: queria comprar uma participação majoritária no negócio de classificados on-line do empresário argentino.
Em poucas semanas, o acordo foi assinado, mas o cofundador da OLX achou que a parceria duraria meses, e não anos.
"Pensei que fosse apenas uma grande empresa global de mídia e que iria nos conquistar", disse Oxenford, também cofundador da Letgo, que mais tarde se tornou outro investimento de comércio eletrônico da Naspers. "Aqui estamos, 10 anos depois, e planejando os próximos 10 anos", disse em entrevista.
OLX e Letgo, de Oxenford, são apenas dois empreendimentos de Internet controlados pela Naspers, que serão incorporados em uma nova empresa de US$ 100 bilhões chamada Prosus, com previsão de abrir o capital em Amsterdã em 11 de setembro. Depois do IPO, a Naspers, com sede na Cidade do Cabo, ainda terá uma participação de 73%, com o restante das ações em circulação.
A separação marca um momento decisivo para a Naspers, que passou de uma editora de jornal local para a empresa mais valiosa da África, com investimentos globais em anúncios de classificados, entrega de alimentos, pagamentos e tecnologia educacional. O crescimento resultou em uma participação de 31% na gigante chinesa Tencent Holdings, no valor de US$ 129 bilhões.
A Naspers tornou-se acionista da Tencent quando investiu apenas US$ 32 milhões na startup em 2001. A participação há muito tempo vale mais do que a própria empresa, e uma razão para a separação da Prosus é atrair mais investidores internacionais e ajudar a reduzir a lacuna - caso avaliem o restante dos negócios acima do valor atual.
Outra motivação é que a Naspers responde por uma parcela tão grande da bolsa de valores de Johanesburgo - cerca de 25% - que alguns investidores foram forçados a vender ações para evitar a superexposição a uma única empresa.
"Parece plausível que a listagem da Prosus reduza o desconto para as ações da Tencent, pois diminui o impacto dos limites de uma única ação dos investidores da JSE", disse o analista da Bloomberg Intelligence, John Davies, em e-mail. "Mas isso não remove o outro fator do desconto, que é o fato de os investidores ainda não terem visto evidências suficientes de que a Naspers investirá bem seus retornos da Tencent."
--Com a colaboração de Loni Prinsloo.
Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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