G5 triplica fortunas sob gestão após Evercore deixar sociedade
(Bloomberg) -- A G5 Partners, uma boutique de investimento no Brasil, triplicou o total de fortunas sob gestão nos últimos três anos mesmo depois de terminar sua parceria com a Evercore Inc. em 2017.
Os ativos sob gestão da empresa, que abriu um novo escritório em Recife no ano passado, cresceram para R$ 20 bilhões, em relação aos cerca de R$ 6,5 bilhões em 2016, segundo o fundador e presidente Corrado Varoli. A G5 está agora entre os maiores multi-family offices do Brasil.
A Evercore converteu suas ações da G5 em dívida híbrida em 2017, segundo comunicado. Os sócios da G5 queriam mais liberdade para tomar decisões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, pedindo para não serem identificadas, pois as discussões não são públicas. A Evercore comprou uma participação de 50% na G5 em 2010 por US$ 20 milhões e investiu mais ao longo dos anos de acordo com uma fórmula de earn-out.
O setor de gestão de recursos de terceiros no Brasil está crescendo à medida que as taxas de juros caem para níveis recorde de baixa, forçando os investidores que costumavam investir em títulos do Tesouro e poupança a buscar retornos mais altos em novos tipos de produtos. Este ano, até julho, a captação líquida de fundos brasileiros foi de R$ 172,8 bilhões, um aumento de 79% em relação a todo o ano passado, segundo a Anbima, a associação do mercado de capitais.
No início deste ano, a G5 lançou fundo de crédito imobiliário com o objetivo de captar R$ 1 bilhão até o final de 2020, disse Varoli. A empresa também possui fundos de private equity e venture capital que acabaram de investir na fintech local Liber Capital.
Crescimento de M&A
O outro foco da G5, o mercado de assessoria em fusões e aquisições também está se expandindo com o governo vendendo empresas estatais para reduzir dívidas. A G5 ocupa a quinta posição entre os assessores financeiros de fusões e aquisições no Brasil este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Varoli, ex-sócio do Goldman Sachs Group Inc. e ex-executivo do Morgan Stanley, fundou a G5 em 2007. No início, a maior parte da receita da empresa vinha de assessoria em fusões e reestruturações de dívidas. Os clientes da área de private banking eram principalmente familiares e amigos, disse Varoli. Agora, metade da receita vem de gestão de fortunas. A boutique possui cerca de 80 funcionários em três escritórios: São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
A Evercore fez baixa contábil de US$ 14,4 milhões em dezembro de 2017 relacionadas à G5, de acordo com comunicado. Ao mesmo tempo, a G5 emitiu R$ 60 milhões em debêntures agora pertencentes à Evercore com vencimento em dezembro de 2027.
Os títulos em reais, que não terão reajuste pela taxa de câmbio, têm pagamentos de juros e principal que dependem da receita da G5. Com receita até R$ 50 milhões, o pagamento de juros é de 7,5% da receita e não há pagamentos de principal. Os juros sobem para 9% para receita superior a R$ 50 milhões, de acordo com documentos públicos. Os pagamentos do principal começam em uma escala ascendente quando a receita ultrapassa os R$ 50 milhões, chegando a 10% se a G5 tiver receita de mais de que R$ 100 milhões.
Evercore e G5 não quiseram sobre a troca de ações por dívida.
A Evercore continua agora fazendo trabalho de assessoria em M&A no Brasil sem a G5. O Pátria Investimentos SA, uma empresa brasileira de private equity, contratou a Evercore para vender a operadora Hidrovias do Brasil SA, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto em agosto.
--Com a colaboração de Pablo Gonzalez e Gillian Tan.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.