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Lance do Casino por rede colombiana não agrada alguns acionistas

Ezra Fieser e Andrea Jaramillo

07/11/2019 15h32

(Bloomberg) -- Para alguns acionistas da Almacenes Éxito, a proposta da gigante francesa Casino para comprar as ações em circulação da maior varejista da Colômbia não é boa o suficiente.

O Casino Guichard Perrachon está oferecendo aos investidores da Éxito 18 mil pesos por ação, um prêmio de cerca de 25% acima do preço antes do anúncio da oferta. Mas o montante estaria muito abaixo do valor justo de uma empresa que pode se beneficiar do crescimento da economia colombiana, que deve superar o desempenho de outros países da América Latina, segundo Amit Wadhwaney, da Moerus Capital Management.

O cofundador da empresa de investimentos com sede em Nova York, que é um dos maiores acionistas da Éxito, com cerca de 3% das ações em circulação, diz que um preço acima de 20 mil pesos seria mais realista. Ele também questiona como o Casino calculou o preço da oferta.

"Eles simplesmente lançaram esse preço com a expectativa de que todo mundo aceitaria a oferta, o que eu acho uma loucura", disse Wadhwaney em entrevista. "A Éxito será uma empresa mais capitalizada e focada daqui para frente. Acho que as pessoas deveriam considerar isso."

Um representante do Casino, que tem sede em Saint-Etienne, na França, não quis comentar. A rede está conduzindo a oferta pela Éxito por meio da subsidiária brasileira. Um representante da Éxito em Medellín, na Colômbia, não respondeu a um pedido de comentário.

Se os investidores recusarem a oferta, cujo prazo termina em 19 de novembro, isso pode complicar o plano do Casino de reorganizar suas operações na América Latina, iniciado em junho. A empresa francesa tenta responder às críticas de que sua rede de subsidiárias listadas é excessivamente complexa. O Casino planeja simplificar a estrutura, colocando seus negócios no Brasil, Uruguai, Colômbia e Argentina sob o guarda-chuva do Grupo Pão de Açúcar.

Até agora, muitos investidores parecem estar no modo cautela. Na quarta-feira, detentores de menos de 5% das ações haviam aceitado a oferta, que foi lançada em 28 de outubro, segundo dados da bolsa de valores da Colômbia.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Ezra Fieser Bogota, efieser@bloomberg.net;Andrea Jaramillo em Bogotá, ajaramillo1@bloomberg.net