Trabalhar em Hong Kong: transporte paralisado e gás de pimenta
(Bloomberg) -- Na loja Eugene Baby, no distrito comercial central de Hong Kong, o fluxo habitual de clientes que compram brinquedos, chupetas e carrinhos na hora do almoço é quase inexistente.
Na quarta-feira, os corredores estavam quase vazios quando uma vendedora explicou o prejuízo: o volume de negócios caiu 80% esta semana. Logo depois da entrevista, manifestantes começaram a se reunir a alguns quarteirões de distância - em um ponto nos arredores da bolsa de valores da cidade enquanto se preparavam para uma noite de violentos confrontos com a polícia.
Diante de uma das semanas mais turbulentas desde o início das manifestações contra o governo, há cinco meses, empresas e funcionários de Hong Kong enfrentam cada vez mais dificuldade para contornar o caos.
Embora os protestos anteriores tenham sido limitados principalmente aos fins de semana, os últimos três dias foram marcados por paralisações generalizadas de transporte durante a manhã, gás lacrimogêneo na entrada dos principais edifícios comerciais e crescente preocupação dentro de bancos e outras empresas sobre a segurança dos funcionários. Algumas multinacionais estão pedindo aos funcionários que cancelem reuniões não essenciais e trabalhem de casa. Muitos varejistas, shoppings e restaurantes estão fechando cedo.
Obviamente, muitos trabalhadores de Hong Kong apoiam as manifestações. Alguns chegaram às ruas do distrito comercial central vestidos com roupas de trabalho esta semana para mostrar apoio a manifestantes de preto.
Mas, com poucos sinais do fim da crise política da cidade, a preocupação é que os contínuas distúrbios na Hong Kong Inc. aumentem o desemprego e afundem ainda mais a economia, já em recessão.
Sem uma solução de longo prazo, a cidade corre o risco de perder seu papel como um dos centros financeiros e comerciais mais importantes do mundo. Alguns profissionais de outros países já estão evitando viagens não essenciais à antiga colônia britânica, em certos casos realizando reuniões na fronteira em Shenzhen.
"O que estamos testemunhando é muito preocupante", disse Yiu Si-wing, um parlamentar de Hong Kong que está alinhado com o setor de turismo da cidade. Ele disse que as vendas nos hotéis de Hong Kong caíram cerca de 50% em outubro e estão a caminho de uma queda ainda mais forte este mês.
--Com a colaboração de Ina Zhou, Manuel Baigorri, Kari Soo Lindberg, Kiuyan Wong e Hannah Dormido.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Jinshan Hong Hong Kong, jhong214@bloomberg.net;Elena Popina em Nova York, epopina@bloomberg.net;Alfred Liu Hong Kong, aliu226@bloomberg.net
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