Controle da China sobre comércio ilegal de carnes afeta Índia
(Bloomberg) -- Com as medidas da China para barrar as importações ilegais de carne, a Índia, uma das maiores exportadoras de carne de búfalo, agora corre atrás de um novo comprador.
A China adotou controles mais rigorosos nas fronteiras devido à peste suína africana, o que significa que as exportações indianas de carne de búfalo para a China, que costumam passar pelo Vietnã, foram praticamente interrompidas. Exportadores da Índia agora esperam que a Indonésia possa mais do que triplicar as importações para compensar as fortes perdas deste ano.
Um controle mais rigoroso das fronteiras na China afetou o comércio de carne no mercado negro, que normalmente movimenta cerca de US$ 2 bilhões por ano. A Índia não pode vender carne de búfalo diretamente para a China devido a um embargo de Pequim, em vigor desde 2001, após um surto de febre aftosa.
A China, maior consumidora global de carne de porco, aumentou as importações de carne bovina e de outros tipos para atender a demanda dos consumidores após o surto que matou milhões de suínos.
Os embarques indianos de carne e miúdos de búfalo para a China via Vietnã, Mianmar, Tailândia e Hong Kong caíram 23% na comparação anual, para 14.645 contêineres este ano até outubro, segundo dados compilados pela Associação de Exportadores de Carne e Pecuária da Índia. Os números do governo mostraram que as exportações para o Vietnã, maior comprador da Índia, caíram 34%, para 202.873 toneladas nos seis meses encerrados em setembro.
Os lucros de exportadores indianos caíram de 15% a 20% no acumulado de 2019 em comparação com o ano anterior devido à menor demanda no exterior, disse Fauzan Alavi, vice-presidente da associação. "Precisamos encontrar mercados alternativos até o momento em que tivermos acesso direto à China", disse.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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