Diretor financeiro da Louis Dreyfus no Brasil deixa empresa
(Bloomberg) -- O diretor financeiro da Louis Dreyfus no Brasil deixou a trading de commodities, somando-se a uma série de mudanças de gestão nos últimos anos.
Wagner Bertazo saiu da empresa controlada pela herdeira bilionária Margarita Louis-Dreyfus depois de mais de uma década em várias funções. A mudança ocorre pouco mais de um mês depois de o grupo ter nomeado um novo diretor financeiro global.
A unidade brasileira da Dreyfus também enfrentou um problema contábil que resultou em um impacto relativamente pequeno no lucro total do ano passado, segundo pessoas a par do assunto que não quiseram ser identificadas.
Em resposta a perguntas, a empresa com sede em Roterdã disse que a saída do diretor financeiro no Brasil não foi causada por problemas contábeis, mas não detalhou se a unidade havia encontrado tais problemas. Bertazo não quis comentar.
A Louis Dreyfus, o 'D' no quarteto de tradings de commodities agrícolas que dominam o mercado, tem enfrentado uma série de desafios diante dos baixos lucros e incertezas sobre o futuro controle da companhia. No mês passado, a empresa disse que estava fazendo demissões para "se adaptar a um ambiente desafiador".
A empresa, fundada há 169 anos, registrou lucro de US$ 71 milhões no primeiro semestre de 2019, o resultado mais fraco para esse período em pelo menos nove anos. A empresa ainda não divulgou o lucro total em 2019, mas o CEO da Louis Dreyfus, Ian McIntosh, havia alertado em outubro que os mercados permaneceriam desafiadores pelo resto do ano.
Para piorar, a empresa perdeu cerca de US$ 8 milhões ou US$ 9 milhões em negociações de óleo vegetal na China no fim do ano passado, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
"Com relação à China, a LDC tem uma política de divulgar resultados consolidados duas vezes ao ano", afirmou a empresa. "Não fornece detalhes financeiros ou comerciais pontuais ou comenta os resultados comerciais por país, que não dão uma imagem significativa do desempenho."
Os problemas em trading aumentam a pressão sobre Margarita que, nos últimos anos, foi obrigada a comprar ações de outros membros da família sob um acordo antigo. No ano passado, ela fez um empréstimo de US$ 1,03 bilhão com o Credit Suisse a fim de elevar sua fatia para 96%, mas ofereceu sua participação majoritária como garantia, levantando questões sobre se será capaz de manter o controle da empresa.
A empresa tem buscado investidores interessados na compra de uma participação minoritária há algum tempo.
--Com a colaboração de Fabiana Batista.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Isis Almeida em Chicago, ialmeida3@bloomberg.net;Jack Farchy London, jfarchy@bloomberg.net;Alfred Cang Singapore, acang@bloomberg.net
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