Refinarias chinesas cortam processamento de petróleo em 15%
Refinarias chinesas reduziram a quantidade de petróleo transformado em combustíveis em cerca de 15% e podem aumentar o corte nas próximas semanas diante do impacto do coronavírus.
Refinarias estatais e privadas reduziram a taxa de refino em pelo menos 2 milhões de barris por dia na última semana, disseram pessoas com conhecimento das operações nos maiores complexos do país. A chamada taxa de transferência pode cair ainda mais com a contínua queda da demanda por combustíveis para aviação e transporte, já que cidades inteiras permanecem bloqueadas e as viagens são restritas, disseram as pessoas.
A retração no refino de petróleo no maior importador global da commodity abala os mercados de energia em todo o mundo, provocando queda dos preços. Com isso, Opep e aliados avaliam cortes ainda mais profundos da produção. A medida na China terá efeito cascata nos mercados físicos de petróleo, onde refinarias estão revendendo cargas à vista e buscando cortes de volume ou adiamentos para suprimentos a prazo de vendedores como Arábia Saudita.
Segundo as fontes, que incluem executivos do alto escalão e analistas das maiores refinarias da China, as estimativas foram calculadas após discussões com processadoras estatais e privadas.
A Sinopec, maior refinaria da China, reduziu as taxas operacionais médias entre 13% e 15%, enquanto processadores privados também relataram fechamentos generalizados, desacelerações operacionais e aumento dos estoques de combustível. A maioria dessas usinas está localizada na província oriental de Shandong ou na bacia do rio Yangtze, nos arredores do epicentro do vírus em Wuhan.
"A demanda na China está, no momento, provavelmente abaixo de 3,5 milhões de barris por dia do que deveria estar", disse Gary Ross, diretor de investimentos da Black Gold Investors. "A OPEP tem que cortar. Eles não têm opção", acrescentou.
A China processou uma média de 13,4 milhões de barris diários de petróleo bruto no segundo semestre do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. No início desta semana, a Bloomberg foi a primeira a relatar uma queda diária de 3 milhões de barris da demanda chinesa por combustível devido ao vírus, provavelmente o maior choque no mercado de petróleo desde a crise financeira global de 2008-2009.
A BP disse esta semana que o surto ameaça eliminar cerca de 30% do crescimento da demanda global por petróleo este ano. O petróleo tipo Brent, referência mundial, acumula baixa de 11% desde 23 de janeiro, pouco antes do feriado de Ano Novo Lunar da China, quando os mercados começaram a tomar conhecimento do vírus.
Com a colaboração de Serene Cheong, Sarah Chen e Javier Blas.
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