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CEO da Volks otimista sobre China, mas preocupado com Europa

Christoph Rauwald e Matthew Miller

13/03/2020 07h30

(Bloomberg) -- A Volkswagen disse que as perspectivas para a China começam a melhorar, mas a propagação do surto de coronavírus traz incertezas sobre a Europa.

"Em relação à China, estou bastante otimista", disse o diretor-presidente da montadora, Herbert Diess, em entrevista à TV Bloomberg na sexta-feira. "Esperamos que, durante o resto do ano, haja potencial para recuperação."

Por enquanto, a maior montadora do mundo mostra resiliência ao choque da demanda causado pelo coronavírus, que esvaziou concessionárias no país asiático, seu maior mercado, durante os primeiros dois meses do ano. As atuais projeções para o mercado chinês em 2020 variam de uma queda de 3% a 15%, disse.

Quase todas as fábricas chinesas da Volks estão em funcionamento e as vendas mostram recuperação, disse Diess. Segundo ele, a China ainda pode ter um ano razoável.

Na Europa, onde contaminação está em alta, as vendas são razoáveis, mas "é muito difícil dizer" como a crise vai evoluir, disse Diess. Os governos não estão alinhados com as medidas tomadas, e o executivo teme que o fechamento de fronteiras possa atrasar a circulação de peças, especialmente entre Alemanha e norte da Itália.

"Esta é uma grande preocupação", disse Diess. "Se houver uma interrupção de curto prazo, teríamos que fechar algumas fábricas."

Experiência chinesa

A Volkswagen aproveita as lições aprendidas com a China, onde o surto começou, para as operações globais, que empregam cerca de 600 mil trabalhadores, disse Diess. A Volks pediu aos funcionários para manter distância nos contatos pessoais, realizar reuniões com poucas pessoas e limitar as viagens. Ele elogiou o governo chinês por se concentrar em "encontrar o equilíbrio certo entre conter o vírus e incentivar pelo crescimento econômico".

Apesar das medidas tomadas, a Volks registrou um pequeno número de casos, inclusive no México, disse. Na quinta-feira, a empresa alemã disse que vai fechar temporariamente a fábrica de supercarros Lamborghini nos arredores de Bolonha, no norte da Itália, uma área atingida pelo vírus.

A montadora afirmou nesta semana que dará continuidade à grande aposta em carros elétricos, apesar da queda dos preços do petróleo, o que pode reduzir o custo de dirigir carros a combustão.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Christoph Rauwald em Frankfurt, crauwald@bloomberg.net;Matthew Miller Berlin, mtmiller@bloomberg.net