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Setor de commodities da China mostra retomada lenta e irregular

Bloomberg News

18/03/2020 13h28

(Bloomberg) -- A oferta e a demanda no gigantesco setor de commodities da China mostram como a maior consumidora de matérias-primas do mundo retorna gradualmente, mas de forma irregular à normalidade depois de ser devastada pelo coronavírus.

Enquanto a operação de refinarias de petróleo e uso de carvão tendem a subir lentamente à medida que fábricas retomam as operações e pessoas voltam a dirigir e a trabalhar, os estoques de metais ainda estão em níveis altos devido ao consumo global instável. Já o processamento de soja desacelerou devido à queda das importações.

Os sinais conflitantes oferecem alguma esperança para investidores que apostam na recuperação da China para ajudar a mitigar a carnificina nos mercados globais, mas indicam que o país ainda está longe de funcionar a todo vapor. Os preços do petróleo chegaram a cair para o menor nível desde 2003 na quarta-feira, enquanto o cobre foi negociado abaixo de US$ 5 mil a tonelada pela primeira vez em três anos.

Refinarias

Existem indícios de que o setor de refino de petróleo da China acelera lentamente depois de reduzir 15% da capacidade.

As refinarias devem elevar a produção em 400 mil barris por dia nesta semana, em comparação com uma taxa média de cerca de 250 mil barris por dia nas três semanas anteriores, segundo estimativas de representantes das principais refinarias do país.

Metais

Se o cobre ainda for um termômetro de saúde econômica, graças ao seu amplo uso no setor de construção e transmissão de energia, os sinais vindos da China não são promissores. Estoques monitorados pela Bolsa de Futuros de Xangai subiram para nível quase recorde e também aumentam em outros mercados da Ásia. Em Londres, os estoques deram um salto de mais de 50% desde o início deste ano.

Soja

A indústria de esmagamento de soja chinesa enfrenta um desafio bastante diferente por causa do vírus.

Os níveis de processamento voltaram ao normal no fim de fevereiro, quando o governo priorizou a estabilidade da indústria de alimentos, mas operadores dizem que as esmagadoras, que transformam o grão em ração e óleo comestível, estão diminuindo o ritmo neste mês devido à falta de grãos importados.

Problemas nos portos do Brasil, maior fornecedor da china, dificultam os embarques e obrigam clientes chineses a reduzir o processamento, de acordo com operadores, que não quiseram ser identificados. Os volumes semanais de esmagamento atingiram 1,8 milhão de toneladas no final de fevereiro, um nível dentro do normal, mas caíram para 1,4 milhão de toneladas na semana passada devido às restrições, segundo traders.

©2020 Bloomberg L.P.