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Aumento do tempo de jogo não se traduz em mais compras de games

Olga Kharif

13/04/2020 15h46

(Bloomberg) -- Com grande parte das pessoas trancadas em casa por causa do coronavírus, aumentar o interesse por videogames não é problema. Mas fazer com que os consumidores gastem é outra coisa.

Esse é o desafio que o setor de videogames enfrenta atualmente. A boa notícia é que mais pessoas começam a jogar - possivelmente pela primeira vez - e outras têm jogado mais do que nunca. Por horas e horas. A Verizon Communications disse que os jogos aumentaram 75% em sua rede depois das medidas de confinamento.

No final de março, entre 57% e 71% das pessoas pesquisadas nos EUA, França, Alemanha e Reino Unido estavam jogando mais, de acordo com a Nielsen. Muitas estão construindo casas tropicais em Animal Crossing: New Horizons ou atacando tropas inimigas em Call of Duty: Warzone. O Fortnite registrou níveis recordes de participação nas últimas semanas, de acordo com a desenvolvedora Epic Games.

O que muitos jogadores não estão fazendo é colocar a mão no bolso. Muitos buscam jogos gratuitos e evitam as compras no aplicativo, por exemplo, a compra de uma nova arma ou "skin" para seu personagem. Também não se interessam muito por anúncios, uma maneira importante de as empresas gerarem receita. E, com a economia em crise, essa tendência não deve mudar em breve.

"Talvez não vejamos uma alta tão grande dos gastos quanto o aumento do tempo de jogo possa sugerir", disse Lewis Ward, diretor de pesquisa de jogos da IDC.

©2020 Bloomberg L.P.