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Cliente do 737 Max não quer entregas antes de meados de 2021

Siddharth Vikram Philip

24/04/2020 15h56

(Bloomberg) -- O diretor-presidente da Ryanair Holdings, Michael O'Leary, disse que não vai querer entregas do 737 Max da Boeing até o verão de 2021, para que as viagens aéreas se recuperem do surto de coronavírus.

A maior companhia aérea de baixo custo da Europa é um dos principais clientes do Max, com 210 pedidos. No momento em que a pandemia afeta os voos europeus, o jato completa um ano aterrado após dois desastres aéreos. O'Leary disse em entrevista na sexta-feira que a Ryanair não quer receber os aviões até que o mercado volte ao normal.

A companhia aérea irlandesa aposta no colapso de rivais mais fracas para impulsionar o crescimento, disse O'Leary. Os voos devem corresponder por cerca de 40% do programa normal no mês em que forem retomados, provavelmente no final de junho ou no início de julho, aumentando para 60% até setembro, o último mês da temporada de verão no hemisfério norte, previu.

No inverno, os voos poderiam operar mais próximos dos níveis normais, já que a guerra de preços pode incentivar pessoas a querer compensar as férias de verão perdidas.

"Isso seria estimulado por preços muito agressivos de aéreas, de hotéis e de pacotes de férias", disse o CEO. As tarifas devem voltar ao normal no verão de 2021, proporcionando "oportunidades de crescimento significativas" em um mercado aberto pelo colapso da britânica Flybe e pela decisão da Deutsche Lufthansa de fechar a Germanwings, além do fracasso da Thomas Cook em 2019.

As discussões sobre a frota com a Boeing tiveram que ficar em segundo plano, já que o Covid-19 abalou o setor de viagens, mas "retornarão rapidamente" quando a crise diminuir, disse O'Leary. Ele espera que o Max ganhe a recertificação e retorne aos céus pela primeira vez desde o aterramento em julho ou agosto.

©2020 Bloomberg L.P.