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Argentina planeja apresentar oferta melhorada para credores

Scott Squires

26/05/2020 07h53

(Bloomberg) -- A Argentina se tornou inadimplente pela terceira vez neste século, mas o governo disse que se prepara para melhorar a proposta de reestruturação para os credores, citando uma distância cada vez menor entre os dois lados.

As negociações com detentores de títulos continuarão mesmo depois do não pagamento de US$ 500 milhões em juros que venceu na semana passada, disse o ministro da Economia, Martín Guzmán, em entrevista na sexta-feira. Ele não quis dizer quando as novas propostas serão anunciadas e reiterou que o governo está aberto a mudanças em certos aspectos da oferta inicial, além de considerar algum tipo de incentivo para os credores.

A Argentina, que anteriormente pedia aos credores de títulos uma moratória de três anos nos pagamentos e forte corte das taxas de juros, estendeu o prazo para chegar a um acordo até 2 de junho. O país tenta reestruturar US$ 65 bilhões em dívida internacional.

Os credores de títulos agora têm a opção de ir aos tribunais contra a Argentina para exigir o reembolso total, mas, na semana passada, investidores disseram que medidas legais contra o país seriam contraproducentes. Os títulos da Argentina subiram nas últimas semanas e eram negociados entre 30 e 40 centavos de dólar, o que reflete maior otimismo de que um acordo será alcançado.

Ainda assim, pessoas a par do assunto disseram na semana passada que havia uma diferença de cerca de 20 centavos de dólar entre o que o governo estava oferecendo e o que os credores querem.

A Argentina, atualmente em seu terceiro ano de recessão, não tinha como pagar as dívidas antes mesmo de adotar medidas de isolamento social para impedir a propagação do Covid-19. Um acordo agora seria apenas o primeiro passo para salvar a economia.

"A Argentina já não tem acesso ao mercado", disse Daniel Kerner, diretor-gerente para a América Latina do Eurasia Group. "Não acho que isso vá mudar no curto prazo, independentemente se governo e credores de títulos chegarem a um acordo ou não."

©2020 Bloomberg L.P.