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Brasileiros do setor financeiro têm os melhores salários da América Latina

24/02/2016 15h58

Bogotá, 24 fev (EFE).- Os profissionais da área de contabilidade e finanças do Brasil e do México são os mais bem pagos da região, enquanto os chilenos e os colombianos ocupam os últimos lugares, conforme o "Guia de Contabilidade e Finanças para a América Latina 2016" da empresa de consultoria britânica Hays apresentado nesta quarta-feira em Bogotá.

"Brasil e México têm os níveis mais altos de salários porque têm mercados maiores e companhias maiores. O custo de vida das principais cidades desses países também influi", disse durante a apresentação do relatório o diretor financeiro da Hays para as Américas, Michael Goold.

Segundo ele, a região e seus profissionais enfrentam um "ambiente adverso" pela queda dos preços das matérias-primas, a alta inflação, a desvalorização das moedas locais com relação ao dólar, o enfraquecimento da economia chinesa e uma conjuntura econômica global de incertezas, entre outros.

"As pessoas que entraram há 15 anos no mercado vão enfrentar pela primeira vez um ambiente tão adverso. Estas expectativas não vão mudar logo, principalmente no Brasil, que enfrenta uma crise política, econômica e de corrupção", afirmou.

Por isso, a gerente da Unidade de Negócios e Finanças de Hays Colômbia, Marcela Zapata, reforçou a importância da formação acadêmica dos profissionais e advertiu sobre a pouca probabilidade de um grande aumento das remunerações.

Para esses profissionais, em níveis gerenciais, "o bilinguismo, a preparação acadêmica e um perfil integral no alto escalão e em questões operacionais", representam uma lacuna.

O guia, o primeiro para a América Latina, foi elaborado a partir de uma pesquisa realizada em meados de 2015 com, aproximadamente, 500 clientes e profissionais da Hays no Brasil, no México, no Chile e na Colômbia, países onde a firma britânica, líder em recrutamento de profissionais no mundo, tem presença.

Segundo a pesquisa, os cargos com os salários mais elevados são os direção e lideranças financeira, embora o salário médio (entre US$ 100 mil e US$ 200 mil anuais, o equivalente a R$ 396.350 e R$ 792700) dependa do setor, nível de vendas da empresa, o perfil e o alcance da posição.

O documento abrangeu o panorama salarial de seis setores: engenharia e manufatura, petróleo e gás, ciências humanas, tecnologia da informação (TI) e telecomunicações, comércio no varejo e bens de consumo de alta rotação, e mineração.

No primeiro ramo, com uma tendência similar para os demais campos, os profissionais brasileiros recebem por ano entre US$ 150 mil (R$ 594.975) e US$ 225 mil (R$ 892.462), seguido dos mexicanos (entre US$ 170 mil e US$ 195 mil, o equivalente a R$ 674.305 e R$ 773.467), os chilenos (US$ 95 mil e US$ 145 mil, o equivalente a R$ 376.817 e R$ 575.142) e os colombianos (US$ 80 mil e US$ 145 mil, o equivalente a R$ 317.320 e R$ 575.142).

Em petróleo e gás, a faixa de lucro dos brasileiros oscila entre os US$ 145 mil (R$ 575.142) e os US$ 270 mil (R$ 1.070.955), e os chilenos são os que menos recebem, com uma margem de lucro entre US$ 95 mil (R$ 376.817) e US$ 140 mil (R$ 555.310) anuais.

No setor de tecnologia da informação (TI) e telecomunicações, por exemplo, a Colômbia ocupa o segundo lugar (US$ 80 mil e US$ 145 mil, o equivalente a R$ 317.320 e R$ 575.142), em uma lista que liderada pelo Brasil (US$ 170 mil e US$ 245 mil, o equivalente a R$ 674305 e R$ 971.792) e fechada pelo Chile (US$ 95 mil e US$ 125 mil, o equivalente a R$ 376.817 e R$ 495.812).

"Estamos vivendo em um mundo bastante volátil e com muitas incertezas", destacou Goold.

Além disso, o levantamento também indicou que apenas 47% dos pesquisados classificam seu balanço de vida e trabalho como bom ou muito bom, e 58% afirmam querer mudar de emprego no próximo ano.