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Economia do Panamá sofrerá efeitos negativos por Panama Papers, diz BM

12/04/2016 15h22

Washington, 12 abr (EFE).- A economia no Panamá será negativamente afetada pelos vazamentos do escândalo Panama Papers, apesar de o efeito ser "menos potente" por causa das obras de ampliação do canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, afirmou nesta terça-feira o economista-chefe do Banco Mundial (BM) para a América Latina, Augusto de la Torre.

"Embora o efeito seja negativo, não será tão potente. Porque deriva de sua capacidade agora não só nesse tipo de atividade, mas, sobretudo, da rede de serviços em torno da ampliação do canal do Panamá", indicou De La Torre em entrevista coletiva na sede da instituição em Washington, durante a apresentação de um relatório do BM sobre a América Latina.

De acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Panamá se manterá na liderança do crescimento latino-americano, com uma expansão estimada de 6,1% em 2016.

O economista-chefe se referia assim ao vazamento de 11,5 milhões de documentos do escritório panamenho Mossack Fonseca, que envolve mais de 140 políticos e funcionários públicos de vários países.

"Dito isso, não há dúvida de que terá algum efeito adverso sobre a atividade econômica do Panamá, e que haverá certo contágio em direção a outras economias similares no Caribe", acrescentou.

Além do Panamá, outros países com legislações fiscais favoráveis à criação de offshores foram citados nos Panama Papers, caso das Bahamas e das Ilhas Virgens Britânicas.

De la Torre reconheceu que o mundo está se movimentando rumo a uma maior integração, com normas de transparência mais globalizadas. "Na medida em que todos os países vão cumprindo esse novo padrão, outros terão que abandonar certas práticas do passado", afirmou.

Durante a reunião conjunta entre FMI e BM nesta semana em Washington, estarão presentes os vice-ministros panamenhos de Economia, Ivan Zarak, e Fazenda, Eyda Varela de Chinchila, que irão explicar os esforços para aumentar a transparência financeira no país nos últimos anos.