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Brasil e México inauguram maior complexo petroquímico da América Latina

22/06/2016 19h12

Nanchital (México), 22 jun (EFE).- O secretário de Energia mexicano, Pedro Joaquín Coldwell, classificou nesta quarta-feira como façanha compartilhada entre México e Brasil a inauguração do maior complexo petroquímico da América Latina, no município de Nanchital, no estado de Veracruz.

"Este projeto nasce da união de duas corporações, uma brasileira (Braskem) e outra mexicana (Idesa). É uma façanha das duas grandes nações latino-americanas", afirmou sobre a usina petroquímica, localizada cerca de 600 quilômetros ao leste da capital.

Coldwell transmitiu aos presentes no ato uma mensagem do presidente Enrique Peña Nieto, que parabenizou os empresários porque, na sua opinião, "financiam a modernização industrial do México" com a criação deste complexo, que produzirá mais de um milhão de toneladas anuais de polietileno de alta e baixa densidade.

A produção terminará com mais de 70% das importações de plástico no México e gerará uma movimentação econômica calculada em US$ 2 bilhões ao ano. O ministro de Energia se referiu a esta iniciativa como "um divisor de águas para a indústria petroquímica do país".

"Podemos dizer que o motor da economia mexicana retoma seu caminho", enfatizou.

Em discurso, o diretor da Petróleos Mexicanos (Pemex), José Antonio González Anaya, destacou que a reforma energética impulsionada por Peña Nieto consolida o papel da empresa como "um parceiro confiável que pode resultar investimentos desta magnitude".

O presidente da Braskem Idesa, Roberto Bischoff, afirmou que o maior valor agregado deste projeto é que "agora será promovido um grande investimento no país" e considerou que "essa é a reforma energética que todos buscamos".

Também compareceram ao ato Miguel Ángel Yunes, governador eleito do estado de Veracruz; Juan Francisco González, diretor da entidade de fomento à exportação e investimento Proméxico, e Beatriz Paredes, embaixadora do México no Brasil.

Com um contrato de 20 anos, a Pemex abastecerá o complexo com 66 mil barris de etano, matéria-prima necessária para a criação do polietileno que será enviado a cerca de 350 clientes, a maioria mexicanos.

Os US$ 5,2 bilhões destinados a esta obra constituem o maior investimento privado do México nos últimos 30 anos, segundo os responsáveis pelo projeto.

Coldwell declarou que o complexo atrairá mais investidores a uma região tradicionalmente dedicada à indústria petrolífera e que possui reservas de óleo e gás. "Do governo, impulsionaremos políticas que continuem a atrair investimentos", comentou.

Bischoff enfatizou que será necessário fortalecer a infraestrutura de estrada, portuária e de segurança da região para avançar com passos firmes.

"Esta região se transformará em um ponto de referência no país e na América Latina", analisou.

O secretário destacou o montante de dinheiro fornecido por 17 bancos para a realização do projeto, o que é "uma prova de confiança internacional no México".

Entre os benefícios que o projeto forneceu à economia estão os 17 mil empregos gerados durante a construção e as três mil vagas permanentes para a operação. A usina começou a funcionar em março deste ano e já produz 50% de sua capacidade, porcentagem que aumentará nos próximos meses.

A obra demorou quase quatro anos para ser concluída, empregou 28 mil pessoas em sua construção, utilizou 411 mil toneladas de concreto, 3,8 mil quilômetros de cabos e uma estrutura de aço de 31,8 mil toneladas.

Recentemente, um dos principais investidores do projeto junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (BM), reconheceu o modelo de desenvolvimento humano, as condições de trabalho e os laços com a comunidade local conseguidos durante a construção do complexo.

Foram destinados 100 hectares para proteger a flora e fauna da região e também foi realizado um resgate do patrimônio arqueológico da região em colaboração com o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México.