Usina nuclear de Bataan, uma relíquia filipina que poderia ser ressuscitada
Helen Cook.
Morong (Filipinas), 9 out (EFE).- A controvertida usina nuclear de Bataan, a única das Filipinas, está há mais de 30 anos no esquecimento acumulando pó, mas a falta de fontes de energia levou o governo a cogitar colocá-la em funcionamento.
A unidade, que foi terminada de construir em 1984, foi um dos vários projetos do ex-ditador Ferdinand Marcos e se viu envolvida em polêmica por causa do enorme investimento que representou, que chegou a US$ 2,3 bilhões, mais de quatro vezes o preço orçado.
Apesar do grande custo para os filipinos, que acabaram de pagar a conta em abril de 2007, a central situada a cerca de 80 quilômetros a noroeste de Manila nunca chegou a entrar em andamento, porque Marcos foi deposto em 1986, só dois anos depois de ser completada.
À queda de Marcos uniu-se alguns poucos meses depois o acidente nuclear de Chernobyl.
Corazón Aquino, elevada à Presidência pela revolta popular pacífica que expulsou o ditador para o exílio, não se decidiu a colocá-la em funcionamento.
Após 32 anos de inatividade, as Filipinas quer recuperá-la, embora para isso demoraria quatro ou cinco anos e custaria outro US$ 1 bilhão, segundo estudos governamentais.
"Deveríamos aproveitar instalações que já estão prontas e nas quais se investiu muito dinheiro. E a energia nuclear é a mais segura", disse recentemente à imprensa o ex-congressista filipino Mark Cojuangco, um dos principais impulsores do projeto.
O Estado filipino investe US$ 1 milhão de dólares anuais para manter a estrutura da usina e tentar impedir que caia em um estado de ruína.
"Viemos aqui todos os dias, um depois do outro, para ligar alguns dos motores que ainda funcionam para que não se oxidem", explicou à Efe Joe Manalo, um dos três funcionários encarregados pela manutenção.
"Nosso principal problema é o orçamento. Contamos com muito pouco dinheiro e cada vez nos custa mais manter a usina", acrescentou Manalo, em frente a uma longa fileira de rótulos amarelados que indicam em que ano deixou de funcionar cada máquina.
Apesar dos impulsores da iniciativa, alguns legisladores não estão convencidos da segurança da unidade que foi construída a menos de 30 quilômetros do vulcão Pinatubo, que teve em 1991 a segunda erupção vulcânica mais potente do século XX.
A construção também está perto de uma falha que reforça o argumento dos que temem um terremoto ou um acidente similar ao ocorrido em Fukushima em 2011 por causa de um tsunami desencadeado por um terremoto.
Corazón Baluyot, encarregada do impacto meio ambiental da usina, diminui a importância destes temores e aponta que "a usina é projetada para suportar terremotos de até oito graus".
Baluyot afirmou, além disso, que Fukushima foi severamente danificada por causa de uma onda de 15 metros, "mas Bataan fica a 19 metros acima do nível do mar".
"Talvez não tenha a tecnologia de ponta, porque obviamente foi construída há mais de trinta anos, mas esta é uma das usinas nucleares mais seguras do mundo", afirmou Baluyot.
As principais fontes de energia das Filipinas são usinas alimentados com diesel e carvão que mal cobrem a demanda de uma população de 100 milhões de pessoas.
Apesar disso, a senadora filipina Nancy Binay visitou recentemente a usina nuclear junto com outros dois legisladores para poder tomar uma decisão informada sobre o assunto.
"É cedo para decidir se vai abrir ou não. A primeira coisa que se deve debater é se as Filipinas quer correr o risco de utilizar energia nuclear", declarou à Efe Binay após examinar as instalações. EFE
hc/ma
(foto)
Morong (Filipinas), 9 out (EFE).- A controvertida usina nuclear de Bataan, a única das Filipinas, está há mais de 30 anos no esquecimento acumulando pó, mas a falta de fontes de energia levou o governo a cogitar colocá-la em funcionamento.
A unidade, que foi terminada de construir em 1984, foi um dos vários projetos do ex-ditador Ferdinand Marcos e se viu envolvida em polêmica por causa do enorme investimento que representou, que chegou a US$ 2,3 bilhões, mais de quatro vezes o preço orçado.
Apesar do grande custo para os filipinos, que acabaram de pagar a conta em abril de 2007, a central situada a cerca de 80 quilômetros a noroeste de Manila nunca chegou a entrar em andamento, porque Marcos foi deposto em 1986, só dois anos depois de ser completada.
À queda de Marcos uniu-se alguns poucos meses depois o acidente nuclear de Chernobyl.
Corazón Aquino, elevada à Presidência pela revolta popular pacífica que expulsou o ditador para o exílio, não se decidiu a colocá-la em funcionamento.
Após 32 anos de inatividade, as Filipinas quer recuperá-la, embora para isso demoraria quatro ou cinco anos e custaria outro US$ 1 bilhão, segundo estudos governamentais.
"Deveríamos aproveitar instalações que já estão prontas e nas quais se investiu muito dinheiro. E a energia nuclear é a mais segura", disse recentemente à imprensa o ex-congressista filipino Mark Cojuangco, um dos principais impulsores do projeto.
O Estado filipino investe US$ 1 milhão de dólares anuais para manter a estrutura da usina e tentar impedir que caia em um estado de ruína.
"Viemos aqui todos os dias, um depois do outro, para ligar alguns dos motores que ainda funcionam para que não se oxidem", explicou à Efe Joe Manalo, um dos três funcionários encarregados pela manutenção.
"Nosso principal problema é o orçamento. Contamos com muito pouco dinheiro e cada vez nos custa mais manter a usina", acrescentou Manalo, em frente a uma longa fileira de rótulos amarelados que indicam em que ano deixou de funcionar cada máquina.
Apesar dos impulsores da iniciativa, alguns legisladores não estão convencidos da segurança da unidade que foi construída a menos de 30 quilômetros do vulcão Pinatubo, que teve em 1991 a segunda erupção vulcânica mais potente do século XX.
A construção também está perto de uma falha que reforça o argumento dos que temem um terremoto ou um acidente similar ao ocorrido em Fukushima em 2011 por causa de um tsunami desencadeado por um terremoto.
Corazón Baluyot, encarregada do impacto meio ambiental da usina, diminui a importância destes temores e aponta que "a usina é projetada para suportar terremotos de até oito graus".
Baluyot afirmou, além disso, que Fukushima foi severamente danificada por causa de uma onda de 15 metros, "mas Bataan fica a 19 metros acima do nível do mar".
"Talvez não tenha a tecnologia de ponta, porque obviamente foi construída há mais de trinta anos, mas esta é uma das usinas nucleares mais seguras do mundo", afirmou Baluyot.
As principais fontes de energia das Filipinas são usinas alimentados com diesel e carvão que mal cobrem a demanda de uma população de 100 milhões de pessoas.
Apesar disso, a senadora filipina Nancy Binay visitou recentemente a usina nuclear junto com outros dois legisladores para poder tomar uma decisão informada sobre o assunto.
"É cedo para decidir se vai abrir ou não. A primeira coisa que se deve debater é se as Filipinas quer correr o risco de utilizar energia nuclear", declarou à Efe Binay após examinar as instalações. EFE
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