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Moody's prevê que economia do G20 crescerá 3% neste ano e em 2018

23/02/2017 16h50

Nova York, 23 fev (EFE).- Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela agência de qualificação Moody's prevê que a economia dos países integrantes do G20 crescerá 3% em 2017 e 2018, apesar da revisão para baixo para o México devido às recentes tensões diplomáticas com os Estados Unidos.

O crescimento da economia desses países projetado pela Moody's é similar ao de 2015, mas as mudanças nas políticas do novo governo dos Estados Unidos "acrescentam incerteza" às previsões.

"Após cinco anos de desaceleração firme, esperamos que as economias emergentes do G20 obtenham um modesto impulso, em particular Brasil e Rússia pela saída de suas crises, com um crescimento que pode chegar até 5% em 2017 e 2018", diz o relatório.

No entanto, a agência de classificação revisou para baixo as projeções para o México, a Índia e a Arábia Saudita por diferentes razões. No caso mexicano, a Moody's cita as "crescentes tensões no diálogo com os Estados Unidos, junto com a possibilidade de haver restrições comerciais especificamente dirigidas ao país".

Essa dinâmica, segundo a agência, aumentará a "aversão ao risco" no México e fará que os níveis de investimento diminuam em um ritmo superior ao que tinha sido calculado anteriormente pela Moody's.

A Moody's calcula que a economia do México crescerá 1,4% neste ano e 2% em 2018, abaixo das previsões do relatório de novembro do ano passado, divulgado antes de Donald Trump chegar ao poder.

O relatório destaca a incerteza gerada pelas políticas de Trump e o impacto que elas podem ter, por exemplo, nas relações comerciais dos Estados Unidos com outros países.

A Moody's afirmou que é "altamente provável" que a direção da economia mundial nos próximos dois anos seja "determinada pelo desenvolvimento das políticas dos Estados Unidos".

"O presidente Donald Trump deu sinais sobre seus objetivos políticos que sugerem uma mudança paradigmática na atual ordem econômica e geopolítica", disse o relatório.

"Está claro que algumas dessas políticas, se forem implementadas, terão um considerável impacto no resultado mundial da economia, no meio ambiente e na geopolítica nos próximos dois anos e nos posteriores. Haverá ganhadores e perdedores, tanto dentro dos Estados Unidos como globalmente. Isso acrescenta uma dose de incerteza sobre nossos cálculos", explica o relatório.

A possibilidade de os Estados Unidos adotarem medidas protecionistas pode ter um impacto nas economias avançadas e emergentes, mas ainda é difícil de avaliar, segundo a Moody's.

Tudo dependerá, diz a agência, da capacidade de Trump avançar em suas restrições comerciais e migratórias, além do apoio do republicano no Congresso, especialmente entre os parlamentares que apoiaram o livre-comércio no passado.