Febre do ouro digital no Japão faz valor do bitcoin disparar
Antonio Hermosín.
Tóquio, 3 jun (EFE).- No Japão já é possível pagar com bitcoins em restaurantes, lojas de equipamentos eletrônicos e até a conta de gás, graças a uma legislação pioneira que gerou a febre do ouro digital no país asiático e fez sua cotação disparar em nível global.
Empresas e usuários japoneses adotaram com entusiasmo a moeda virtual desde que entrou em vigor em abril a primeira lei no mundo todo que reconhece o bitcoin e as novas moedas digitais como forma de pagamento; e está previsto que, este ano, até 300 mil estabelecimentos no Japão aceitem este tipo de dinheiro.
A repentina explosão do bitcoin na terceira maior economia mundial levou sua cotação para níveis recordes: no dia 25 de maio ultrapassou os US$ 2.700, e situou o iene como a moeda mais trocada por bitcoins, à frente do dólar e do iuane chinês, segundo dados do site especializado com sede em Londres CryptoCompare.
Esta criptodivisa (forma de pagamento que tem na codificação de dados a base de seu valor) se valorizou 575% em um ano e 150% somente desde abril, ainda que continue sendo um mistério para muitos.
No final de maio, o preço desta moeda sem pátria e não regulamentada por nenhum banco central superou pela primeira vez o máximo histórico da onça de ouro e chegou a duas vezes o seu valor, um sucesso espetacular que está sendo seguido por novas criptomoedas de cunho mais recente, como o Ethereum.
"O bitcoin alcançou cotações jamais vistas por causa de sua regularização no Japão", explicou à Agência Efe o analista Charles Hayter, fundador da CryptoCompare, que acrescentou que o novo status legal "aumentou a confiança em uma moeda que até pouco tempo era considerada um ativo de risco".
A companhia aérea japonesa de baixo custo Peach e a conhecida rede de lojas de equipamentos eletrônicos Bic Camera são algumas das empresas que aceitam bitcoins, às quais se somam a cada dia grandes e pequenos estabelecimentos japoneses.
"É muito mais rápido processar pagamentos com bitcoin, e mais barato que os cartões de crédito pelas comissões que os bancos cobram", destacou o chef Ken Nagahama, dono do restaurante Numazuko Ginza, em Tóquio, que observou um grande aumento no número de clientes que pagam com moeda virtual.
"As grandes corporações também começam a mostrar interesse pelo bitcoin e planejam adotá-lo", indicou por sua vez Kagayaki Kawabata, responsável pela casa de câmbio Coincheck, uma das muitas start-ups que proliferaram com a febre do bitcoin, e principal fornecedora japonesa de serviços relacionados.
A rapidez com a qual o Japão abraçou o bitcoin chama a atenção por se tratar de um país com grande apego ao dinheiro em cédulas de papel, que representa 70% dos pagamentos totais, e onde numerosos estabelecimentos não aceitam cartão de crédito.
Além disso, o país asiático foi em 2014 palco da pior crise do bitcoin durante a sua curta história: o escândalo de Mt.Gox, que na época era a maior casa de câmbio da criptomoeda e que quebrou após o desaparecimento de centenas de milhões de dólares em bitcoins por uma suposta apropriação indevida cometida pelo seu proprietário, Mark Karpeles.
Após isso, a imagem do bitcoin chegou ao fundo do poço e, inclusive, alguns analistas chegaram a prever sua morte. No entanto, as autoridades japonesas decidiram regulamentar as divisas digitais, medida à qual se somará em julho a isenção do Imposto sobre Valor Agregado nos pagamentos com as criptomoedas.
O objetivo é aumentar a proteção a consumidores e estabelecimentos que utilizem essas moedas e evitar que elas sejam utilizadas para lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e outras atividades ilegais, explicou à Efe uma porta-voz da Agência de Serviços Financeiros do Japão.
Tanto Kawabata como Hayter avaliam essas iniciativas como "positivas" para promover o uso do bitcoin, ainda que alertem que a escalada na demanda pela criptomoeda, cujo fornecimento está limitado, acarreta "numerosos desafios técnicos".
Muitos especialistas preveem um caminho ainda repleto de altos e baixos para o bitcoin e falam de uma nova bolha em sua cotação, enquanto os entusiastas e empreendedores das criptodivisas vislumbram um futuro não muito distante em que estas substituirão as moedas tradicionais.
"O valor das moedas é atribuído por consenso social e evolui com o tempo. Antes que o dinheiro adotasse a sua forma atual, as pessoas pagavam com pedras, conchas e ouro", enfatizou Kawabata, que acredita que as moedas digitais vão se impor no futuro por serem uma forma de pagamento "mais barata, fluída e prática".
Tóquio, 3 jun (EFE).- No Japão já é possível pagar com bitcoins em restaurantes, lojas de equipamentos eletrônicos e até a conta de gás, graças a uma legislação pioneira que gerou a febre do ouro digital no país asiático e fez sua cotação disparar em nível global.
Empresas e usuários japoneses adotaram com entusiasmo a moeda virtual desde que entrou em vigor em abril a primeira lei no mundo todo que reconhece o bitcoin e as novas moedas digitais como forma de pagamento; e está previsto que, este ano, até 300 mil estabelecimentos no Japão aceitem este tipo de dinheiro.
A repentina explosão do bitcoin na terceira maior economia mundial levou sua cotação para níveis recordes: no dia 25 de maio ultrapassou os US$ 2.700, e situou o iene como a moeda mais trocada por bitcoins, à frente do dólar e do iuane chinês, segundo dados do site especializado com sede em Londres CryptoCompare.
Esta criptodivisa (forma de pagamento que tem na codificação de dados a base de seu valor) se valorizou 575% em um ano e 150% somente desde abril, ainda que continue sendo um mistério para muitos.
No final de maio, o preço desta moeda sem pátria e não regulamentada por nenhum banco central superou pela primeira vez o máximo histórico da onça de ouro e chegou a duas vezes o seu valor, um sucesso espetacular que está sendo seguido por novas criptomoedas de cunho mais recente, como o Ethereum.
"O bitcoin alcançou cotações jamais vistas por causa de sua regularização no Japão", explicou à Agência Efe o analista Charles Hayter, fundador da CryptoCompare, que acrescentou que o novo status legal "aumentou a confiança em uma moeda que até pouco tempo era considerada um ativo de risco".
A companhia aérea japonesa de baixo custo Peach e a conhecida rede de lojas de equipamentos eletrônicos Bic Camera são algumas das empresas que aceitam bitcoins, às quais se somam a cada dia grandes e pequenos estabelecimentos japoneses.
"É muito mais rápido processar pagamentos com bitcoin, e mais barato que os cartões de crédito pelas comissões que os bancos cobram", destacou o chef Ken Nagahama, dono do restaurante Numazuko Ginza, em Tóquio, que observou um grande aumento no número de clientes que pagam com moeda virtual.
"As grandes corporações também começam a mostrar interesse pelo bitcoin e planejam adotá-lo", indicou por sua vez Kagayaki Kawabata, responsável pela casa de câmbio Coincheck, uma das muitas start-ups que proliferaram com a febre do bitcoin, e principal fornecedora japonesa de serviços relacionados.
A rapidez com a qual o Japão abraçou o bitcoin chama a atenção por se tratar de um país com grande apego ao dinheiro em cédulas de papel, que representa 70% dos pagamentos totais, e onde numerosos estabelecimentos não aceitam cartão de crédito.
Além disso, o país asiático foi em 2014 palco da pior crise do bitcoin durante a sua curta história: o escândalo de Mt.Gox, que na época era a maior casa de câmbio da criptomoeda e que quebrou após o desaparecimento de centenas de milhões de dólares em bitcoins por uma suposta apropriação indevida cometida pelo seu proprietário, Mark Karpeles.
Após isso, a imagem do bitcoin chegou ao fundo do poço e, inclusive, alguns analistas chegaram a prever sua morte. No entanto, as autoridades japonesas decidiram regulamentar as divisas digitais, medida à qual se somará em julho a isenção do Imposto sobre Valor Agregado nos pagamentos com as criptomoedas.
O objetivo é aumentar a proteção a consumidores e estabelecimentos que utilizem essas moedas e evitar que elas sejam utilizadas para lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e outras atividades ilegais, explicou à Efe uma porta-voz da Agência de Serviços Financeiros do Japão.
Tanto Kawabata como Hayter avaliam essas iniciativas como "positivas" para promover o uso do bitcoin, ainda que alertem que a escalada na demanda pela criptomoeda, cujo fornecimento está limitado, acarreta "numerosos desafios técnicos".
Muitos especialistas preveem um caminho ainda repleto de altos e baixos para o bitcoin e falam de uma nova bolha em sua cotação, enquanto os entusiastas e empreendedores das criptodivisas vislumbram um futuro não muito distante em que estas substituirão as moedas tradicionais.
"O valor das moedas é atribuído por consenso social e evolui com o tempo. Antes que o dinheiro adotasse a sua forma atual, as pessoas pagavam com pedras, conchas e ouro", enfatizou Kawabata, que acredita que as moedas digitais vão se impor no futuro por serem uma forma de pagamento "mais barata, fluída e prática".
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