Jornalista de caso Watergate diz que Trump esconde informações
Madri, 11 out (EFE).- O experiente jornalista Carl Bernstein, famoso pela investigação do caso Watergate junto com Bob Woodward, explicou nesta quarta-feira em Madri, na Espanha, que "Donald Trump está escondendo informações", mas que os profissionais da informação "ainda não sabem quais são".
Em um encontro com jornalistas na capital espanhola por causa da entrega do primeiro prêmio internacional de jornalismo Vanity Fair, Bernstein afirmou que Donald Trump é o "inimigo real do povo", pois declarou que o presidente "esconde informações" e "procura divulgar 'fake news' (notícias falsas)".
Sobre o envolvimento da Rússia na campanha eleitoral americana, o jornalista assinalou que "o governo está tentando esconder informações".
"Ainda não sabemos sobre o que. Não sabemos se são dados sobre os seus negócios ou sobre o seu conhecimento prévio das tentativas da Rússia de interferir nas eleições", comentou Bernstein.
"Ele quer transformar a conduta da imprensa num problema, assim como fez Nixon", explicou o autor de alguns 'bestsellers' e crítico de televisão, cujas investigações sobre Watergate resultaram na renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
Bernstein, que trabalha nas investigações sobre as supostas interferências russas, defendeu a "legitimidade" do mandato de Trump, pois - segundo ele - o magnata chegou à Casa Branca segundo as disposições da Constituição norte-americana.
O renomado jornalista reiterou que não é a função de um repórter derrubar presidentes, algo que ele não gosta que lhe atribuam por suas informações publicadas no "The Washington Post", e explicou que seu trabalho é "informar as pessoas da maneira mais fiel possível sobre o que está acontecendo".
O professor de jornalismo investigativo também manifestou sua preocupação pela conduta do presidente, e assegurou que muitos dos companheiros de Trump no Partido Republicano o consideram "instável, incompetente e ignorante".
Ao ser perguntado sobre figuras como Julian Assange, fundador do site "WikiLeaks", Bernstein esclareceu que o ativista australiano não é um jornalista e "tem sua própria agenda".
Para Bernstein, Assange "deveria ser mais cuidadoso" ao divulgar dados para "evitar colocar em risco a vida de muitas pessoas".
Já sobre o ex-técnico de CIA e NSA (agências de inteligência e segurança dos EUA), Edward Snowden, que vive refugiado na Rússia, o jornalista opinou que ele "não é herói, mas também não é vilão, apenas um grande irresponsável".
Bernstein reconheceu a necessidade do monitoramento praticado pelos corpos de segurança frente ao problema do terrorismo, mas frisou que os profissionais da informação "têm que assumir que sempre serão vulneráveis".
O renomado comunicador também defendeu "a velha maneira de se fazer jornalismo", sem o uso excessivo de equipamentos eletrônicos e em "contato direto com as fontes" e aproveitou para fazer uma brincadeira, ao sugerir que os jornalistas "passeassem com suas fontes" e "falassem menos pelo telefone".
Para Bernstein, o grande desafio atual é a concentração do poder da informação nas mãos de gigantes como Google e Facebook, que não são organizações jornalísticas, mas devem garantir o direito de expressão dos cidadãos.
"É o início de uma nova era na história da humanidade, ainda bastante desconhecida, e o debate no futuro abrangerá discussões sobre privacidade, legalidade e todo o tipo de ações humanas", concluiu Bernstein.
Em um encontro com jornalistas na capital espanhola por causa da entrega do primeiro prêmio internacional de jornalismo Vanity Fair, Bernstein afirmou que Donald Trump é o "inimigo real do povo", pois declarou que o presidente "esconde informações" e "procura divulgar 'fake news' (notícias falsas)".
Sobre o envolvimento da Rússia na campanha eleitoral americana, o jornalista assinalou que "o governo está tentando esconder informações".
"Ainda não sabemos sobre o que. Não sabemos se são dados sobre os seus negócios ou sobre o seu conhecimento prévio das tentativas da Rússia de interferir nas eleições", comentou Bernstein.
"Ele quer transformar a conduta da imprensa num problema, assim como fez Nixon", explicou o autor de alguns 'bestsellers' e crítico de televisão, cujas investigações sobre Watergate resultaram na renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
Bernstein, que trabalha nas investigações sobre as supostas interferências russas, defendeu a "legitimidade" do mandato de Trump, pois - segundo ele - o magnata chegou à Casa Branca segundo as disposições da Constituição norte-americana.
O renomado jornalista reiterou que não é a função de um repórter derrubar presidentes, algo que ele não gosta que lhe atribuam por suas informações publicadas no "The Washington Post", e explicou que seu trabalho é "informar as pessoas da maneira mais fiel possível sobre o que está acontecendo".
O professor de jornalismo investigativo também manifestou sua preocupação pela conduta do presidente, e assegurou que muitos dos companheiros de Trump no Partido Republicano o consideram "instável, incompetente e ignorante".
Ao ser perguntado sobre figuras como Julian Assange, fundador do site "WikiLeaks", Bernstein esclareceu que o ativista australiano não é um jornalista e "tem sua própria agenda".
Para Bernstein, Assange "deveria ser mais cuidadoso" ao divulgar dados para "evitar colocar em risco a vida de muitas pessoas".
Já sobre o ex-técnico de CIA e NSA (agências de inteligência e segurança dos EUA), Edward Snowden, que vive refugiado na Rússia, o jornalista opinou que ele "não é herói, mas também não é vilão, apenas um grande irresponsável".
Bernstein reconheceu a necessidade do monitoramento praticado pelos corpos de segurança frente ao problema do terrorismo, mas frisou que os profissionais da informação "têm que assumir que sempre serão vulneráveis".
O renomado comunicador também defendeu "a velha maneira de se fazer jornalismo", sem o uso excessivo de equipamentos eletrônicos e em "contato direto com as fontes" e aproveitou para fazer uma brincadeira, ao sugerir que os jornalistas "passeassem com suas fontes" e "falassem menos pelo telefone".
Para Bernstein, o grande desafio atual é a concentração do poder da informação nas mãos de gigantes como Google e Facebook, que não são organizações jornalísticas, mas devem garantir o direito de expressão dos cidadãos.
"É o início de uma nova era na história da humanidade, ainda bastante desconhecida, e o debate no futuro abrangerá discussões sobre privacidade, legalidade e todo o tipo de ações humanas", concluiu Bernstein.
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