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Prefeito de Medellín não quer turistas interessados na vida de Pablo Escobar

31/08/2018 10h43

Bucaramanga (Colômbia), 31 ago (EFE).- O prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, disse nesta sexta-feira que não são bem-vindos os turistas que visitam a Colômbia com o objetivo de conhecer a vida de delinquentes como o falecido narcotraficante Pablo Escobar.

"Os que vierem ao nosso país fazer apologia ao crime não serão bem-vindos", disse o prefeito à Agência Efe na cidade de Bucaramanga, situada no leste do país, onde hoje participará do último dia do XXIII Congresso Nacional de Agências de Viagem e Turismo.

Para Gutiérrez, "a máfia é o pior que nos aconteceu como sociedade porque tergiversou valores como o do trabalho honesto e duro para transformar dinheiro em algo fácil".

Em 2018, Medellín recebeu 470 mil visitantes estrangeiros e espera fechar o ano com 800 mil, o que representaria um aumento de 10% frente a 2017.

"Todos temos um desafio desde as cidades que é encontrar a nossa própria história. Sofremos com a violência, não vamos negar. Essa história tem que ser contada, mas desde o lado das vítimas, não dos responsáveis", indicou o prefeito.

O prefeito explicou durante o evento organizado pela Associação Colombiana de Agências de Viagens e Turismo (Anato), "em Medellín as lendas, os heróis, são as vítimas, não a quem tanto dano fizeram. Por isso, começamos uma iniciativa muito forte frente ao tema da memória com uma estratégia antimáfia".

Gutiérrez considerou como "surpreendente o fato que cheguem tantos visitantes à cidade para ir ao túmulo de Pablo Escobar ou ao Edifício Mónaco", onde o traficante viveu junto com sua família.

Para esses turistas, afirmou, "acabou a festa porque vamos derrubar essa edificação em janeiro ou fevereiro do outro ano e aí vamos construir um parque em homenagem às vítimas da violência".

Em abril deste ano, o então ministro colombiano de Defesa, Luis Carlos Villegas, fez a entrega simbólica à Prefeitura de Medellín do Edifício Mónaco.