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China afirma que terá novas negociações comerciais com EUA em janeiro

20/12/2018 11h00

Pequim, 20 dez (EFE).- China e Estados Unidos realizarão novas negociações comerciais em janeiro e ambas partes já estão trocando pontos de vista, informou nesta quinta-feira o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng.

"As duas partes organizarão consultas, incluindo reuniões e convocações, para promover a implementação do consenso alcançado entre os chefes de Estado", disse Gao em entrevista coletiva em Pequim, em referência à trégua de 90 dias que busca pôr fim à guerra comercial entre os países.

No entanto, o porta-voz chinês não detalhou quem estará presente em tais conversas nem onde acontecerão.

"O potencial para a cooperação comercial entre os dois países é enorme e sua natureza de benefício mútuo não deve mudar", completou o porta-voz em declarações colhidas pelo jornal "China Daily".

Na quarta-feira, os dois governos realizaram uma conversa telefônica em nível de vice-ministros que versou sobre "temas econômicos e comerciais" com o objetivo de "comunicar-se sobre problemas de interesse mútuo", segundo um comunicado da chancelaria chinesa.

Embora a China não tenha revelado que propostas concretas foram abordadas durante a conversa ou se foi alcançado algum tipo de acordo, tratou-se de um novo capítulo no reinício das negociações entre ambas potências.

O presidente da China, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceram um armistício comercial de 90 dias no último dia 1º de dezembro durante um jantar realizado no marco da Cúpula do G20, em Buenos Aires.

Desde então, a China adotou várias medidas de boa vontade como a redução de tarifas aos veículos importados dos Estados Unidos ou a retomada da compra de soja desse país.

Por sua parte, Trump suspendeu o aumento de 10% a 25% das tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.

No entanto, as negociações pareciam ter sido afetadas pelo conflito diplomático suscitado pela detenção da diretora financeira da tecnológica chinesa Huawei, Meng Wanzhou, que foi presa no Canadá a pedido dos Estados Unidos e acusada de descumprir as sanções econômicas ao Irã. EFE