França lança projeto polêmico de trem rápido que ligará Paris a aeroporto
Paris, 6 fev (EFE).- O governo da França decidiu passar por cima de várias objeções e lançar um polêmico projeto para criar uma conexão rápida por trem entre Paris e seu principal aeroporto, o Charles de Gaulle (CDG), com a promessa de que a implementação da mesma não custará nem um euro aos cofres públicos.
A ministra dos Transportes, Elisabeth Borne, anunciou que o contrato de concessão será assinado "nos próximos dias" para que a nova linha CDG Express possa entrar em serviço a tempo para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, em entrevista nesta quarta-feira ao jornal "Le Parisien".
O trem sairá a cada 15 minutos da estação do leste da capital e chegará ao aeroporto em 20 minutos, após percorrer 32 quilômetros, oito dos quais serão novos, e cuja passagem custará 24 euros.
A nova linha significará uma redução no tempo de trajeto de mais de dez minutos com relação à linha férrea que atualmente liga a cidade ao CDG, que sofre um alto nível de saturação, realiza paradas intermédias em várias cidades dos arredores e custa pouco mais de 10 euros.
Borne insistiu que a linha CDG Express "é necessária" para a cidade e para toda a região, levando em conta que a cada dia 200 mil passageiros e 90 mil funcionários se deslocam até o aeroporto, o que causa muitos engarrafamentos nas estradas de acesso.
A principal oposição ao novo projeto vem de responsáveis políticos das cidades pelas quais passa o trem atual, entre elas a prefeitura de Paris, que temem que o trem de velocidade será implementado em detrimento da modernização da linha atual, que é utilizada por centenas de milhares de pessoas todos os dias.
Aos críticos, a ministra disse que o CDG Express "nunca" será colocado acima da "prioridade dos transportes do dia a dia" e que também não há "nenhuma competência no financiamento" porque o novo trem de velocidade não terá "um único euro de subsídio público".
Segundo a ministra Borne, 60% de seu custo - que está estimado em 1,8 bilhão de euros - será pago com a receita das passagens e os 40% restantes sairão das taxas aeroportuárias pagas pelos passageiros. EFE
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