Órgão regulador da bolsa dos EUA pede prisão de Musk por quebra de acordo
Nova York, 25 fev (EFE).- A Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) pediu nesta segunda-feira a prisão do fundador da Tesla, Elon Musk, por ter quebrado o acordo ao qual chegou com o empresário para que não fizesse declarações "imprecisas" que afetem o valor das ações da companhia automobilística.
Na última terça-feira, Musk teve que se retratar novamente no Twitter após postar uma mensagem na qual afirmava que a Tesla produziria cerca de 500 mil veículos neste ano.
Musk retificou a informação e explicou que a Tesla alcançaria um ritmo de produção anual de 500 mil veículos no final de 2019 - declarações classificadas como "imprecisas" em uma nota da SEC, que poderiam ter alterado o valor das ações da empresa.
De acordo com documentos judiciais consultados pela Agência Efe, o órgão regulador solicitou a Musk que lhe confirme se suas declarações através do Twitter, do último dia 19 de fevereiro, contavam com a aprovação da Tesla, algo que o empresário tinha se comprometido a fazer.
Além disso, a SEC lhe solicitou documentos que respaldem suas afirmações e fez o mesmo pedido à Tesla.
O juiz federal Alison J. Nathan deverá decidir tanto se houve coordenação entre a direção da empresa e Musk para a publicação de tal informação nas redes sociais e se tal informação pode ser confirmada com dados.
Caso contrário, o juiz poderia ordenar a detenção do polêmico empresário por desacato ao violar o acordo com a SEC.
A SEC ameaçou a Tesla e Musk com um processo por fraude depois que, em agosto de 2018, o fundador da companhia declarou no Twitter que tinha assegurado o financiamento necessário para tirar a empresa da bolsa e sugerir que para realizar a operação pagaria US$ 420 por ação.
No entanto, em 29 de setembro, a Comissão do Mercado de Valores dos Estados Unidos anunciou que tinha alcançado um acordo com Musk pelo qual o empresário deixaria a presidência da Tesla durante três anos em troca de não ser processado por fraude.
O acordo contemplava, além do pagamento de US$ 40 milhões, a substituição de Musk por uma pessoa "independente", a nomeação de dois conselheiros independentes para seu conselho de administração e o estabelecimento de um "novo comitê de conselheiros independentes e mais controles e processos para supervisionar as comunicações de Musk".
Após a divulgação da notícia, as ações de Tesla perderam 4,02% nos movimentos dos mercados financeiros posteriores ao fechamento da Bolsa de Valores de Nova York. EFE
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