Argentina afirma que não vê alta do dólar com preocupação
Buenos Aires, 7 mar (EFE).- O governo da Argentina garantiu nesta quinta-feira que não vê com preocupação, nem prevê inconvenientes, no aumento do preço do dólar, que nesta quinta-feira atingiu um novo máximo no mercado cambial local.
"Não vemos ainda causa de preocupação a respeito da taxa de câmbio. Temos uma política cambial que está definida, com as margens de intervenção que tem o Banco Central. Portanto, partindo desse ponto de vista, não estamos vendo inconvenientes", disse o ministro de Produção e Trabalho, Dante Sica.
O valor da moeda americana era cotado em alta nesta quinta-feira pelo quarto dia consecutivo.
Nos bancos e casas de câmbio locais a divisa alcançou hoje um recorde de 43,50 pesos argentinos por unidade.
Analistas associaram o novo aumento do dólar a uma crescente desconfiança por parte dos investidores a respeito do desempenho da economia argentina e do futuro político do país sul-americano, que em outubro realizará eleições presidenciais.
Os últimos indicadores oficiais de atividade, difundidos ontem, revelaram que a produção industrial caiu 10,8% em janeiro em comparação com o mesmo mês de 2018. Com isso, o indicador soma nove meses consecutivos de quedas em termos anualizados.
Em entrevista coletiva após uma reunião do gabinete de governo, Sica comentou nesta quinta-feira que o dado de janeiro é em comparação com um "trimestre do ano passado que foi muito bom".
"É preciso lembrar que no ano passado, a esta altura, estávamos crescendo a taxas de entre 3,5% e 3,8%", observou o ministro.
Além disso, Sica indicou que a atividade industrial "desacelerou a queda", pois 13 dos 16 setores que são avaliados "desaceleraram a redução em relação ao mês anterior".
Sica também destacou que a produção industrial cresceu 4,6% em janeiro em comparação com dezembro, a primeira recuperação mês a mês registrada desde outubro.
"Nossa expectativa é que, com esta macroeconomia que começa a se equilibrar, está mais estável e começa a dar sinais de maior consistência, vamos começar a ver uma recuperação da atividade econômica", afirmou Sica.
Segundo os últimos dados oficiais disponíveis, a atividade econômica despencou 7% em dezembro em comparação com o mesmo mês de 2017 e, em 2018, acumulou uma queda de 2,6%, um dos piores resultados dos últimos anos, como consequência de uma crise que explodiu no mercado cambial e contaminou o resto da economia.
A respeito da inflação, Sica admitiu que "talvez" esteja "acima do que estávamos esperando" pelo impacto dos aumentos de tarifas nos serviços públicos e alguns aumentos "sazonais" em alimentos como a carne.
Segundo as últimas estatísticas oficiais disponíveis, em 2018 os preços ao consumidor na Argentina acumularam um aumento de 47,6% e registraram em janeiro um avanço de 2,9% em comparação com dezembro. EFE
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